MB Animação:Oregairu, o cinismo e a desconstrução do “romântico”.

Recentemente a 3ª e última temporada de Yahari Ore no Seishun Love Comedy wa Machigatteiru, ou como é conhecido, Oregairu, foi ao ar e, após eu terminar a obra, senti a necessidade de fazer uma análise mais aprofundada.

 A historia baseada na light novel de mesmo nome, conta o cotidiano de um estudante do ensino médio chamado Hachiman Hikigaya que tem uma visão bem antagônica da vida. Sendo assim, quando ele vê seus colegas falando alegremente sobre sua vida adolescente, ele murmura que todos são mentirosos. Quando perguntado sobre seus sonhos para o futuro, sua resposta é “não tenho nenhum”. Para ajudá-lo a se encaixar na sociedade, sua professora Shizuka Hiratsuka o obriga a ingressar no “Voluntary Service Club”, no qual conhece Yukino Yukinoshita, que é tão solitária quanto Hachiman. Ademais, ambos oferecerão ajuda e conselhos àqueles que o solicitarem, como parte do trabalho do Clube de Serviço Voluntário..

             A dificuldade vista pelo cinismo.
 Diógenes foi um precursor e fundador da escola cínica, onde defendia uma maneira bem radical da vida como, por exemplo, em um de seus diálogos. “Alexandre disse a Diógenes que pedisse qualquer coisa que o concederia. Diógenes respondeu: ‘Senhor, não tire de mim o que não pode me dar. O único pedido é que saia de minha frente pois está tampando o sol'”. Uma passagem cômica mas bem egocêntrica.
   Hachiman ao desenrolar da série demonstra esse tipo de pensamento, não de desdenho, mas sim de um realismo pessimista, sempre procurando maneiras mais fáceis e dolorosas de se pensar evitando ações que lhe possam causar erros futuros.

 Hikigaya ao longo da narrativa tem um grande peso evolutivo tanto no seu modo de pensar como na relação com as pessoas, apesar de sua visão sobre “sociedade” se tornar um traço de sua personalidade, muitas vezes o personagem procura soluções em que o único prejudicado seja ele mesmo, para ajudar os outros e evitar problemas maiores; uma ajuda cômica, triste e caótica.
A desconstrução do romance
 Apesar da série ser um slice of life romântico, o romance em si não é o padrão que vemos, a princípio coisas fofas são descartádas e é dado um foco mais no que é dito, algo bem interessante, uma vez que animes e mangás japoneses sempre tem um ritmo lento e focam em ações.

 Algumas vezes amores não são correspondidos, e não há nada que se possa fazer, não existem fórmulas mágicas e amar não é algo que se conquista com humilhação, pelo menos é isso que Oregairu nos ensina, e está tudo bem. A vida segue, mesmo você tendo uma desilusão, ela vai continuar.

Oregairu pra mim é uma referência em slice of life juvenil, consegue desenvolver bem personagens antagônicos, cada um tem seu peso filosófico, suas ações são sempre colocadas na mesa para reflexão, e no fim geralmente cada um procura fazer algo do seu jeito, porquê viver e ser adolescente significa fazer decisões cínicas, egoístas e também passar vergonha. 🙂

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