MB Review: Goblin Slayer: Quando Você Desperdiça uma Boa História com uma Atitude Condenável.

“A IMAGINAÇÃO É UMA ARMA. OS PRIMEIROS A MORRER SÃO OS QUE NÃO A TÊM.” – Goblin Slayer.

Chegou nesta semana nas bancas, livrarias e lojas especializadas a versão em mangá do polêmico GOBLIN SLAYER pela Editora Panini.

Kōsuke Kurose é o responsável pela adaptação em mangá, originada da light novel de mesmo nome escrita por Kumo Kagyu e ilustrada por Noboru Kannatsuki

A polêmica envolvendo principalmente o anime se deu por conta de uma cena de estupro cometido por goblins contra duas garotas em uma caverna. A cena, embora eu não saiba dizer se é idêntica (pois não assisti à animação), também está presente no mangá e eu falarei dela mais pra frente.

*** CONTÉM SPOILERS ***

As três primeiras páginas do mangá são coloridas e nelas vemos uma jovem garota ser salva de um brutal ataque de Goblins por um misterioso homem de armadura.

Voltando um pouco no tempo, a história começa com a mesma garota se registrando em uma guilda de aventureiros. Ela é da classe “Clérigo”, usa magia defensiva e de cura, tem apenas 15 anos e é classificada como “porcelana”, o nível mais baixo dentre os aventureiros. A jovem logo é recrutada por um pequeno grupo de três iniciantes para uma missão teoricamente simples: Exterminar Goblins

Chegando ao local onde estariam os goblins, o grupo acaba sendo encurralado pelos monstros e derrotados facilmente. É então que acontece a polêmica cena. Bom, ninguém em sã consciência diria que uma cena de estupro é legal ou necessária. Em qualquer mídia é algo desconfortável de se ver, mas não se pode dizer que a cena está fora de contexto, pois pouco antes é dito que o grupo de goblins atacava mulheres e sequestrava meninas. No universo de Goblin Slayer, goblins são vilões. Desprezíveis e “semi-irracionais”. Se a intenção do autor com a cena é eliminar qualquer possibilidade de empatia para com os goblins logo de início, ele obtém êxito. Vale lembrar que a classificação do título é para maiores de 18 anos.

Continuando, chegamos a cena em que a garota é salva. O homem de armadura se apresenta como “Goblin Slayer” e assim começa a história.

No mangá existem outras cenas pesadas como a anteriormente citada, assim como um pouco de ecchi relevável, no entanto, ele não é apenas isso.

Goblin Slayer trás algumas reflexões interessantes, como quando o aventureiro é questionado se ele ficava feliz por existirem muitos goblins para ele matar. Isso nos faz pensar: Um bom médico fica feliz por existirem pessoas doentes? Um bom policial fica feliz por existirem bandidos? A resposta do “Goblin Slayer” é de que não deveriam existir goblins.

É curioso que, neste mundo, goblins são na verdade o tipo mais fraco de criaturas que açoitam a humanidade. A fixação do protagonista contra este tipo de monstro é explicada através de uma genial alusão em que ele justifica seu ponto de vista ao mesmo tempo que “compreende” a dos goblins.

Goblin Slayer é uma leitura que flui muito bem, envolve o leitor e desperta reações. Ele possui um universo interessante e quando você percebe, ele já acabou. De quebra, a arte é linda. No final da edição há uma passagem da novel em três páginas, e mesmo com tão pouco, se pode perceber que ela é muito bem escrita e já despertou meu interesse. Espero que um dia a novel chegue por aqui.

Nota: 17/19

°•°•°•°•°•°•°•°•°•°Goblyn Slayer

de Kagyu Kumo, Kannatuki Noboru e Kurose Kousuke

Preço: R$29,90
Editora: Panini

Periodicidade: Bimestral

Formato: 13,7×20 cm

Miolo: Offwhite/Couché (Páginas coloridas)

Brinde: Marca-páginas

Onde comprar: volume #01 e volume #02

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