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MBNacionais: Narizinho Arrebitado em Mangá

Recentemente a Editora Livre! Saber & Arte lançou uma releitura em mangá de A Menina do Nariz Arrebitado de Monteiro Lobato, o primeiro livro de literatura infantil do Brasil. A adaptação tem roteiro de Davi S. Junior, arte de Renato M. Zacarias, finalização de Patrícia Haruno e edição de Fernando Silva, e foi lançada em 17 de fevereiro de 2021.

Monteiro Lobato dispensa apresentações, é um dos mais famosos autores de literatura infantil do país. Teve seu primeiro livro publicado em 1920, sendo ele exatamente “A menina do narizinho arrebitado”, em que cria o universo do Sítio do Picapau Amarelo e conta histórias de Narizinho, Pedrinho, Emília, Dona Benta, Tia Nastácia, entre outros. A coleção do Sítio do Picapau Amarelo é composta por 23 livros e já foi adaptada para filmes, novelas e quadrinhos, como esse que comentaremos.

O mangá começa apresentando as personagens Lúcia, uma garota de 7 anos mais conhecida como Narizinho, Dona Benta, dona do sítio, e Tia Nastácia, a cozinheira de mão cheia. Narizinho, apesar de sempre cheia de energia, está um pouco triste por não ter ninguém da sua idade (e que não seja animal) para brincar no sítio, já que Pedrinho está estudando em outra escola. Para animar a garota, a Tia Nastácia costura uma boneca de pano, que recebe o nome de Emília.

Com uma nova amiga, Narizinho se alegra e a leva para todos os lados. Até que um dia, dando um cochilo à beira do rio, conhece o Príncipe Escamado, que a primeira vista a confunde com um “monte” onde podem estar escondidos escorpiões. Resolvido o mal entendido, e reconhecendo que Narizinho é quem alimentava os peixes do rio, Escamado a convida para conhecer o Reino das Águas Claras. 

Pausa no review para ouvir a excelente música O Reino das Águas Claras, de Jorge Vercílio.

Emília, que não é boba nem nada, e já andava sozinha, sobe na cabeça da Narizinho e, juntas, nadam até o reino. Lá conhecemos as habitantes do reino, como o Mestre Agarra-e-Não-Larga-Mais, Doutor Caramujo – que deu uma pílula da fala para a Emília –  e Dona Aranha Costureira, para citar alguns. E lá também ficamos sabendo do problema do Reino das Águas Claras, os escorpiões que foram expulsos para o outro lado do rio.

Essa é a base da história de A Menina do Nariz Arrebitado. A versão em mangá ficou muito bem organizada, um roteiro bem estruturado e uma arte bonita, mostrando bem as influências vindas dos mangás, como as caras e bocas das personagens, além de transformação estilo Guerreiras da Lua.

O mangá ainda possui uma introdução comentando sobre o livro original, que data mais de 100 anos, sobre o autor original, Monteiro Lobato, e explica o que é mangá, além de elencar algumas inspirações dos autores. Ao final, temos uma ficha da cada personagem, até daquelas que foram somente citadas e não apareceram no mangá. Temos também uma palavra dos autores e os passos para a criação da obra, como roteiro, storyboard, diagramação, entre outros. Eu só estranhei a introdução, pois não esperava ver um texto corrido nas primeiras páginas, mas é um texto bem explicativo do projeto.

Eu recomendo o mangá a todos que já leram Monteiro Lobato, às crianças que já tem uma experiência de leitura com quadrinhos menores para se apaixonarem com o universo do Sítio do Picapau Amarelo, e quem sabe irem atrás dos outros livros. Torço para que os autores animem de fazer adaptações das outras histórias para que as demais personagens possam aparecer e contar suas aventuras.

Onde comprar: Loja do Gibi

Fontes: Itaú Cultural

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