MB Classic: Tenkuu Senki Shurato – Shurato vai… siga seu sonho…
Vamos pra mais um MB Classic e dessa vez viajaremos para 32 anos atrás e reviveremos um clássico que foi um sucesso no Brasil (mas que no Japão não foi tão bem assim). Falaremos de Tenkuu Senki Shurato ou como é conhecido no Brasil, Shurato!
Obra de Hiroshi Kawamoto, serializada na extinta Shounen King (revista com obras clássicas como Cyborg 009, Apollo no Uta e Ginga Tetsudou 999) da editora Shounen Gahousha, entre 1988 e 1989.
O mangá é relativamente curto, com apenas 6 volumes e teve uma animação, esta que teremos mais foco, produzida pela Taksunoto Productions (Devo realmente falar de que animes a Taksunoto produziu? Vamos lá, Gatchaman, Macross, Speed Racer, Ultraman e etc.) com 38 episódios entre os anos de 1989 e 1990. Sim, meus amigos, ele tem mais de 30 anos. Porém, o anime chegou ao Brasil pela Tikara Films em 1996 na “febre” de Cavaleiro dos Zodíacos, justamente por serem parecidos demais e, claro, foi exibido pela finada (e para muita gente, saudosa) TV Manchete.
A obra também tem 6 OVA’s que contam a história pós eventos do anime, porém os mesmos não chegaram a passar no Brasil. Por ser exclusivo em vídeo, têm um “pegada” mais adulta.
A história de Shurato é baseado nas mitologias hindu e budista. Shurato e Gai eram dois amigos e rivais nas artes marciais. No meio da luta entre os dois, uma misteriosa luz envolve a arena e manda ambos para o Mundo Celestial. Nosso protagonista conhece uma garota misteriosa chamada Lakshu (Rakeshi na versão brasileira) e parte para o palácio da deusa Vishnu, onde ele descobre que é um dos oito Hachibushu (guardiões celestiais) da deusa, o “Rei Shura”. Porém Shurato é responsabilizado por “petrificar” Vishnu e tem que provar sua inocência e enfrentar o responsável por tudo isso, o seu amigo Gai, o Rei Yasha.
A história de Shurato é o típico battle shounen genérico. Um protagonista com um grupo de amigos enfrentam inimigos mais fortes até chegar no clímax, que é enfrentar o vilão numa batalha que ele vence pelo “poder da amizade” e todos os inimigos acabam virando amigos ou ressuscitando.
Não tem nenhum “plot twist” e não há grandes desenvolvimentos. Tudo é genérico e sem profundidade, mas ao mesmo tempo as batalhas são boas e por isso cada episódio nos anos 90 empolgava demais, principalmente com Akalanata de Fudo Myo (Acalanahtha de Fudoumyou), que foi o vilão mais complicado de lidar, mais até que o vilão principal.
O designer de Shurato é bem legal, principalmente as “armaduras dos reis” com detalhes de cada animal que o guardião representava. Ultrapassado para os dias de hoje, podemos dizer que, sim, é datado. As paisagens, principalmente dos campos abertos, são um outro show à parte, com uma boa riqueza de detalhes para a época.
Outro ponto muito forte da série são as músicas de abertura e encerramento. A abertura “Shining Soul” é empolgante e o encerramento Sabaku no Meizu também é acima da média. As suas adaptações para português são muito bem feitas e lembradas até hoje pelos fãs.
Outro fator interessante são as adaptações feita pela dublagem brasileira. Muitos nomes foram alterados completamente, como por exemplo Leiga, o Rei Garuda teve o nome alterado para rei Karla e outro casos como o da Rakeshi já citados durante a matéria.
Falar sobre Shurato foi uma viagem ao passado. Lembrar que ele foi o último battle shounen do estilo “spirit” a passar no Brasil, numa época que a fórmula foi usada por exaustão por Cavaleiros dos Zodíacos e, mesmo assim, marcar seu nome como um sucesso da Manchete é incrível para uma obra considerada esforçada, porém genérica para os mais exigentes.
Bem, amigos da MB, pegarei meu Shakti e viajarei ao maravilhoso mundo dos mangás antigos para trazer algo incrível na próxima resenha de MB Classic.
Até mais!