MB Listas: 5 comédias que deveriam vir para o Brasil

Atualmente, vivemos numa era em que os mangás de comédia estão ficando cada vez mais frequentes. Se formos analisar a fundo, podemos dizer que isso começou com o sucesso de One-Punch Man, e mesmo que hoje em dia seu enredo seja muito mais voltado para combates, mostrou que o mangá com o foco em comédia ainda tinha lugar pra conquistar um público muito bom.

Mas o Boom mesmo veio com Tatsuya Endo, em Março de 2019, e um dos maiores sucessos comerciais já visto em muito tempo, Spy x Family. Tendo a segunda melhor recepção da história da Shueisha, atrás apenas de Assassination Classroom de 2011, o mangá trouxe uma abordagem bem diferente de tudo o que estava sendo publicado até então, o que garantiu com que vendesse estrondosamente. Atualmente, Spy x Family, com apenas sete volumes, está com dez milhões de cópias em circulação, contando mangás físicos e digitais¹. Tudo isso sem um anime para potencializar suas vendas.

E com isso, a busca por fazer novas séries de comédia cresceram demais. Não apenas B-Shonens, os famosos shonen de lutinha, com comédia, como é One Piece por exemplo, mas sim séries focadas nesse gênero. A própria revista Shonen Jump atualmente possui vinte mangás (vinte e um se considerarmos Hunter x Hunter). Desses vinte, seis são comédia ou começaram plenamente como comédia e agora migraram para um shonen de lutinha com comédia, igual o caso de Reborn em 2004, por exemplo.

Além disso, outro gênero muito em alta tem sido as Comédias Românticas, apelidadas de RomCom. Só aqui no Brasil, temos quatro mangás desse gênero em publicação, com Namorada de Aluguel, Quíntuplas, We Never Learn e Kaguya-Sama (Tem pessoas que consideram Yuuna como um Romcom ecchi, então, fica livre a interpretação)

Pensando nisso, pode ser uma ótima hora para que o gênero venha para o Brasil com força. Não apenas RomComs como está sendo, mas mangás cômicos como Takagi-san e Quem é você, Sakamoto?, por exemplo. E é nisso que essa lista se baseia. Comédias que poderiam muito bem vir para o Brasil.

E já vamos começar com o elefante no meio da sala?

Menção Honrosa – Gintama

 

Gintama é uma série escrita por Hideaki Sorachi desde 2003, e que foi encerrada agora em 2019. Tem uma legião de fãs  que pede constantemente que esse mangá seja publicado sem perceber os problemas dele vir. Dá pra classificar em três principais:

  • É um mangá de 77 volumes – Nenhuma editora apostaria em um mangá tão grande num momento desses do nosso país, a menos que ele fizesse tanto sucesso quanto Naruto fez ou que pudessem publicar por arcos, como é com Jojo;
  • É um mangá de comédia – Esse é o menor dos três pontos, mas ainda é algo a se considerar. Um mangá de comédia não tem vendas tão expressivas quanto alguns outros gêneros, então, já seria uma aposta arriscada por padrão. Numa série longa, como o que foi descrito aqui em cima então…
  • Diferenças do Anime e do Mangá – Vamos ser sinceros? Boa parte dos fãs de Gintama o conhecem pela animação, então existe sim uma probabilidade de, ao ler o mangá pela primeira vez,  perceberem as diferenças que existem do anime e o tanto de piadas que são bem características da cultura japonesa, e acabarem “largando” a série na metade.

Mas, devido aos pedidos constantes para a editora, vale a pena deixar Gintama pelo menos como Menção Honrosa nessa lista. Não esquecemos de você, Gintoki! Só achamos quase impossível ver você aqui na nossa terrinha.

 

Sket Dance

 

Já que começamos com essa maravilhosa Menção Honrosa a Gintama, nada mais justo do que começarmos de fato com o “primo menos conhecido” dele, não é? Sket Dance foi uma série na Jump publicada entre 2007 até 2013 e durou 32 volumes.

Mas porque eu comentei que é um “Primo” de Gintama?

O autor, Kenta Shinohara, era assistente de Hideaki Sorachi quando este publicava Gintama, então, o estilo de comédia e diversos pontos são constantemente comparados. O mangá foi publicado junto com Gintama durante toda sua estadia na Jump e, mesmo sendo duas séries de comédia bem semelhantes no seu jeito de contar piada, ambos foram sucessos.

E, mesmo depois de deixar de ser assistente de Hideaki, os dois autores se mantiveram grandes amigos, tanto que existe um crossover real e canônico dentro de Sket Dance, em que o trio principal de Gintama aparece dentro do clube.

Mas do que fala Sket Dance? Primeiro de tudo. Não. Não é sobre dança.

O mangá se passa no Japão Contemporâneo e acompanha a história do clube escolar extracurricular Sket-dan, que basicamente são faz-tudos. Pessoas que oferecem ajuda pra qualquer problema que outros alunos possam estar passando. E isso rende as situações mais diversas possíveis.

Outra coisa em comum que Kenta tem com Hideaki é sua habilidade de transitar. Enquanto Hideaki sabe passar muito bem da comédia para ação, da ação para seriedade; Kenta passa dos momentos de risos para dramas intensos e interessantes, com personagens riquíssimos e bem construídos.

O mangá foi adaptado para anime em 2011 e teve 77 episódios, inclusive a adaptação desse crossover com Gintama.

A chance de vir não é lá tão animadora, devido a ser “desconhecido” aqui no Brasil, além de ficar sempre à sombra de seu “Primão”, mas existe uma fagulha de esperança por dois motivos. Atualmente, o autor está escrevendo outra série de comédia na Jump, Witch Watch, e seu primeiro volume demonstrou vendas bem significativas até o momento. Nada estrondoso, mas bem longe de ser algo ruim.

O outro ponto é que o autor já foi publicado recentemente aqui no Brasil. A editora Devir lançou um de seus mangás, Astra: Lost in Space, finalizado em cinco volumes.

Ou seja, a chance de vir não é tão grande assim. Mas tem alguns pontos positivos para que venha. E se for um sucesso de vendas, pode acarretar a vinda do nosso Samurai de Prata.

Sakamoto Days

 

Pegando agora a deixa sobre a Jump atual, vamos falar de um dos queridinhos da galera que, na verdade, já tem tudo para vir pra cá. A dúvida mesmo é quando.

Sakamoto Days começou a ser publicado em novembro do ano passado e vai ser o caçulinha aqui dessa lista. Apesar de ter apenas 27 capítulos e dois volumes encadernados, é um dos favoritos de muitos que acompanham a revista, e, se mangás com um volume apenas vieram, porque não, né?

Vamos à história!

Sakamoto Days conta a história de Taro Sakamoto, o maior assassino que já existiu! Temido por qualquer um que cruzasse seu caminho, até que se apaixonou.

Deixando toda sua vida de assassino de lado, Sakamoto se esforça agora para criar uma família com sua mulher e se tornou um gordinho fofo dono de loja. Contudo, as pessoas que sabem do seu passado agora buscam eliminá-lo, seja por receio da ameaça que ele pode se tornar ou por ele saber demais sobre os planos do submundo.

Se notou qualquer semelhança com Spy x Family, não diria que é pura coincidência não. Fora do enredo de “agente do submundo criando uma familia”, Sakamoto consegue manter uma identidade própria com seu grupo central de personagens e suas piadas muito boas. O autor brinca até com a própria quadrinização para fazer uma piada e admito que, pra mim, são sempre as que mais funcionam.

O coadjuvante da história, Shin, é um assassino que pode ler mentes e isso resulta em algumas das piadas mais engraçadas do que se pode imaginar.

Atualmente, o mangá aparenta estar caminhando um estilo mais shonen de lutinha com elementos de comédia, mas, ainda assim é uma ótima indicação.

 

Mashle – Magic and Muscles

 

Dentro da comunidade RPG, sempre existiram dois tipos de pessoas. Os que gostam de lutar no mano-a-mano e os que gostam de usar magia. E, entre esses grupos,sempre houveram várias provocações. Uma das mais conhecidas é: “Magia é pra quem não se garante na porrada!” Então. Fizeram um mangá sobre isso.

Vamos pra história!

Mashle é uma mistura de One-Punch Man, Black Clover e Harry Potter. Ficou interessado? Calma que melhora. Não ficou? Calma que melhora.

Tanto o mundo de Mashle quanto o protagonista são bem semelhantes a Black Clover. Um mundo em que todos podem usar magia, enquanto Mash, o protagonista, não. Pra compensar, ele treina muito. Muito mesmo..

Então, para não descobrirem o seu segredo, Mash vai para uma espécie de “Hogwarts” buscando se tornar um dos maiores magos da sociedade.

O humor lembra muito, mas muito mesmo, os mangás do One, tanto pela força absurda do Saitama em comparação com a de Mash, quanto pela parte de timing cômico e expressões faciais, e boa parte das piadas são centradas em como Mash, pra fingir que usa magia,  faz coisas absurdas com sua força. Infelizmente, dar exemplos aqui não teria a mesma graça, então aconselho que leiam!

Mashle é um sucesso considerável de vendas e atualmente está com seus seis volumes, ainda sendo publicado na Jump, lado a lado com Sakamoto Days e Witch Watch, já citados aqui.

 

Saiki Kusuo no Psi-nan

E já que estamos falando de comédias que a Jump lançou, não tinha como deixar de fora o nosso ruiv…loir..será que tem um adjetivo pra “Carinha de cabelo rosa com anteninhas”?

Esse mangá conta a história de Saiki Kusuo, que é uma pessoa com tantos poderes telepatas que não precisa nem sequer falar. Ele se comunica com os pensamentos, tem telecinese, telepatia, teletransporte e diversos outros poderes. Por segurança, Saiki não pode revelar para as pessoas seus poderes então a história segue mostrando ele em sua vida colegial passando por diversas situações. O mangá durou entre 2012 a 2018, com 26 volumes ao todo.

O nível de poder de Saiki é tanto que, em homenagem aos 50 anos da Jump, fizeram uma enquete ao público perguntando quais eram os personagens mais fortes de toda a história da revista, e Saiki ficou em sexto lugar, apenas atrás de Koro-Sensei, de Assassination Classroom; Luffy, de One-Piece; Gintoki, de Gintama; Giorno Giovanna, de Jojo; e Goku, de Dragon Ball.²

O mangá foi adaptado para anime e está disponível na Netflix, inclusive a última temporada totalmente dublada, com o nosso querido Fábio Lucindo, nosso eterno Kuririn, dando voz ao Saiki!

 

Urusei Yatsura

 

Sendo bem honesto, um dos principais motivos de eu indicar esse anime é porque o título do anime aqui no Brasil ficou como “Turma do Barulho” e não tem como não indicar algo assim numa lista de comédias. Mas já já chegamos a esse ponto. Finalizando a lista, vamos pisar um pouco no outro território da moda, os RomComs. Mas nada contemporâneo. Pelo contrário, vamos para o primeiro mangá de sucesso da rainha Rumiko Takahashi, autora de Inuyasha e Ranma ½ ! Publicado em 1978, na Weekly Shonen Sunday, até 1987, durando 34 volumes, o mangá tem uma história peculiar, para se dizer no mínimo.

Depois de disputar o destino da Terra em uma partida de pega-pega contra um ser espacial, Ataru Moroboshi se vê enrascado tentando convencer uma princesa alien que não quer se casar com ela. Sim, esse é o início da história.

A história acaba focada em um grupo pequeno de personagens, começando com Ataru; sua namorada Shinobu; e Lum, a princesa alien do planeta Uru.

Com o passar dos episódios, o grupo principal vai crescendo e toda a sua dinâmica acaba fazendo com que a comédia funcione super bem. Além disso, dá pra se dizer até que a inexperiência da autora contribuiu para a obra, afinal, por ela estar começando a se acostumar com uma serialização, você não sabia o que esperar do mangá.

Pouquíssimas pessoas de hoje em dia devem lembrar, mas essa obra chegou a ter um anime que passou aqui no Brasil! Na década de 90, na extinta TVE, passaram alguns episódios dublados. Inclusive, a Lum, a princesa alien, foi dublada pela nossa querida Cecília Lemes, a Chiquinha.

Além disso, até o VHS ficou extremamente raro e difícil de se encontrar.

E pra quem achou que era uma brincadeira, não. Realmente o nome em português ficou “A Turma do Barulho”. Mas antes que torçam o nariz pensando que essa é uma adaptação “Sessão da Tarde” do nome, Urusei é um trocadilho com Urusai, que significa irritante, barulhento; enquanto Yatsura significa grupo de pessoas. Ou seja, é uma tradução muito literal.

Sim, hoje em dia a gente sabe que Urusai tem muito mais a conotação de barulhento no sentido de irritante então o título literal seria algo como “A Turma Irritante”, mas… década de 90. 

O mangá é super recomendado para quem quer conhecer o início da carreira da autora, além de dar risadas com uma comédia divertida.


E chegamos ao fim desta lista!.

Separei só cinco títulos para poder discorrer bastante sobre todo esse cenário, mas caso queiram uma Parte 2, comédia é o que não falta no Japão. Fãs de Kiyohiko Azuma e Kousuke Oono, não esqueci de vocês. 

One thought on “MB Listas: 5 comédias que deveriam vir para o Brasil

  • 6 de julho de 2021 em 07:52
    Permalink

    Curiosamente, o único que eu compraria efetivamente nessa lista seria Gintama (até a conclusão e rezando pra não cancelarem).

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