MB HQ’s Marvel: Coleção Clássica Volume 1 – Homem Aranha

Peter Parker é um dos heróis mais importantes do mundo. Todas as pessoas, sendo geek ou não, sabem quem é o Homem-Aranha e reconhecem sua gigantesca popularidade. Produtos do Amigão da Vizinhança fazem sucesso como todas as suas adaptações, sejam em animação, live-action e até em Tokusatsu.

Conhecer a origem de Peter Parker é sempre algo que atrai o público, e essa história já foi trazida de diversas formas e encadernados no Brasil ao longo dos anos. A Panini mesmo trouxe em diversas versões, porém a Coleção Clássica, lançada em 2021, talvez seja uma das formas com melhor custo-benefício de ser ter esse material de origem dos heróis da Marvel para matar o interesse de como eram essas histórias nos anos 60, além de ver como era alguns comportamentos daquela época que eram transcritos nas HQs.

Peter Parker, como todos sabem, é um jovem nerd introvertido que é criado pelos tios após a morte dos seus pais. Parker é estudioso, porém muito rancoroso pelo bullying que sofre de seus colegas. Sua vida muda quando, em uma feira de ciências, ele é picado por uma aranha radioativa e passa a “herdar” alguns poderes desta aranha, como super força, sentido aguçado e o poder de subir por paredes.

Peter usa seus poderes para ganhar um dinheiro para ajudar seus tios e passa a fazer lutas ilegais sob o nome de “Homem-Aranha”, e rapidamente ele se torna uma sensação. Acontece que, em uma dessas lutas, ele deixa passar um bandido que estava roubando o local. Ao ser questionado pelo policial, Peter diz que isso não era sua responsabilidade, que ele só estava ali para ganhar um dinheiro.

Mas o karma vai e volta, e com o caso de Peter, a vida cobrou muito caro. Um bandido tenta assaltar sua casa e seu tio reage e acaba morrendo após reagir. Nosso protagonista fica enfurecido e parte em uma caçada ao bandido. Ao cercá-lo em um armazém abandonado ele descobre que é o mesmo bandido que outrora ele deixou fugir. Sentindo um remorso extremo, ele decide usar seus poderes para combater o crime. E assim se encerra a origem de um dos heróis mais popular de todos os tempos na lendária Amazing Fantasy #15 de 1962.

Peter Parker fez um sucesso imediato. Ele era diferente das outras obras que estavam surgindo como Quarteto Fantástico, Thor e Homem de Ferro. Era um adolecente que sofria bullying por ser diferente e estudioso. Porém ele tem uma característica muito comum dos anos 60 que é o individualismo. Nestas primeiras histórias ele ainda não é o “Amigão da Vizinhança”, há algumas de suas piadas mas com um tom mais de arrogância do que sarcasmo.

Alerta de Spoiler – A partir daqui falaremos sobre outras histórias contidas nestes primeiro volume.

Com o sucesso desta primeira história, logo o Aranha ganha uma revista própria que existe até hoje, a “Amazing Spider Man”, e logo na primeira história há um crossover com um grupo que já fazia sucesso nas revistas: O Quarteto Fantástico. Eles aparecem juntamente com o primeiro grande problema do Teioso, J.J. Jameson. Chega a ser curioso como o problema da manipulação de informação é algo preocupante até hoje. O Aranha salva o filho astronauta do editor ranzinza, e mesmo assim é atacado sem piedade, porque notícias com ele vendem. 

Na segunda edição há uma excelente batalha contra o Abutre e uma batalha totalmente estranha contra o “Consertador”, um alienígena verde que não era os já citados Skruls (veremos mais sobre isso na resenha do volume 2 sobre o Quarteto Fantástico).

A partir da terceira edição há uma mudança editorial interessante por Stan Lee, onde passa-se a ter uma única história por revista. Melhorando consideravelmente a narrativa, passamos a entender um pouco mais até sobre o vilão.

Para a estreia temos um dos melhores vilões da Marvel, o Dr Otto Octavius, ou simplesmente Doutor Octopus. Com a história em mais páginas, o leitor vê a origem dos poderes deste vilão e a dificuldade do Aranha ao lidar com ele, dando um pouco mais de complexidade às histórias.

Na quarta edição o padrão se mantém explicando convincentemente a origem de mais um vilão, o Homem-Areia, onde Peter Parker precisa usar de sua inteligência para lidar com um inimigo superior a ele, numa história sensacional, seguindo os moldes da terceira edição.

Para finalizar, temos mais um crossover com o Quarteto Fantástico e seu arquiinimigo, o Dr. Destino, com direito a “trolagem” do Aranha e tudo mais, com uma qualidade inferior as histórias das edições 3 e 4, mas mostrando a ideia de mundo compartilhado que Stan Lee e Steve Ditko já tinham em mente.

Fim dos spoilers

Você consegue perceber o quão é importante esse renascimento dos quadrinhos com a Marvel a partir dos anos 60. A ideia de venda sensacionalista do Lee e em alguns momentos querendo quebrar a quarta parede, com uma linguagem mais coloquial, beirando muitas vezes o amadorismo (ele chega a errar o nome do Peter, chamado-o de Palmer) era sensacional. A arte do Ditko é sensacional, com riqueza de detalhes e cores, o que era bem impactante na época. 

Outro detalhe a se destacar é os extras colocados pela Panini, contando um pouco da história da Casa das Ideias naquela época, junto de alguns esboços. Não há a mesma qualidade que um Onnibus ou um encadernado deluxe, mas há um comprometimento em montar um projeto bacana e simples.

Essa é uma coleção inferior à Marvel Teens, principalmente pelo papel offset 90 gramas, porém com menos páginas e em formato americano, mas a capa cartão e o tipo de impressão com uma revisão caprichada o faz atrativo.

Essa edição se esgotou rapidamente pelo seu baixo preço (R$14,90) e pela importância do personagem.

Ler essas primeiras histórias do Lee e Ditko é uma viagem ao passado. Não é obrigatório para você entender todo o universo Marvel, mas é mágico para entender um pouco mais sobre quadrinhos. Essas histórias você também pode encontrar no primeiro Omnibus do Homem-Aranha, só que com um preço bem mais “salgado”.

Finalizando, foi uma leitura divertida, levando em consideração algumas posturas que refletem aquela época, são histórias que dão uma noção de como o personagem evoluiu e se tornou tão querido.

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