MB Movies: Lady Snowblood II: Uma Canção de Amor e Vingança (1974)

Após o sucesso do primeiro filme, a continuação da história da mulher vingativa e fria como a neve, Yuki Kashima, era iminente e de fato ocorreu em 1974, novamente estrelado pela atriz/cantora Meiko Kaji. Após os eventos do filme anterior, a Shurayuki-hime (Lady Snowblood) está sendo caçada pela polícia para ser levada a julgamento e pagar por seus crimes. Quando ela é enviada para a forca, é resgatada pela polícia secreta que lhe oferece um acordo em troca de sua liberdade, acordo este que consiste em se disfarçar e se instalar como empregada na casa de um anarquista que teria planos de derrubar o governo autoritário do Japão. Porém, após uma reviravolta na trama, a Yuki passa para o lado dos revolucionários e, mais uma vez, embarca numa jornada de vingança e carnificina.

Ambientado durante a era Meiji do Japão, “Lady Snowblood II: Uma Canção de Amor e Vingança” é mais centrado na espionagem e tramas políticas. A história se desdobra após a guerra Russo-Japão; do qual o Japão saiu vitorioso em grande parte devido à inovação tecnológica. Com esse pano de fundo, a trama se desenvolve muito bem, mas em diversos momentos fica claro que não tinha razão para a Yuki entrar nesse conflito, inclusive boa parte do filme veremos mais a Lady Snowblood como uma observadora da situação. Demora até que ela saque a espada de seu guarda-chuva e lute contra os “homens maus”, mas quando isso acontece é bastante gratificante. 

Mesmo não tendo tantos momentos icônicos como do filme anterior, como por exemplo, o sangue jorrando na neve branca, nesse longa temos uma das cenas de abertura mais bonitas que eu já vi num filme japonês dos anos 70. A senhorita Kaji, que novamente está perfeita no papel de Yuki, já começa desferindo vários golpes com sua espada em seus perseguidores enquanto a câmera acompanha de perto e anda junto de seus passos, uma belíssima cena que renderia um ótimo quadro, sem contar o grande clímax do filme que é bastante empolgante e violento.

Porém, o mesmo não podemos dizer da trilha sonora, que não chega ser nenhum pouco marcante. Inclusive a música tema do primeiro filme, “Shura no Hana”, não é tocada em nenhum momento desta segunda parte. Mesmo sendo uma música/letra pensada para a trama do filme anterior, creio que combinaria bem nesse mesmo se fosse usado apenas nos segundos finais. Uma pena que o diretor na época não a utilizou e nem pediu para comporem uma música tema nova para a sequência, o que de fato acabou fazendo falta.

Embora não tenha o mesmo impacto do primeiro filme, que pra mim é uma obra-prima sem defeitos, o último filme da mulher vingativa e fria como a neve tem uma trama deveras interessante, inteligente e instigante, que rende numa explosiva e sangrenta conclusão de sua história. Mesmo sem contar com os roteiros do Kazuo Koike, Lady Snowblood II: Uma Canção de Amor e Vingança é uma boa experiência original e vale a conferida ainda mais para os fãs da personagem, e principalmente da atriz/cantora Meiko Kaji, que continua com uma atuação tão impecável e letal como sempre.

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