MB Literário: Mil Anos de Mangá
Grande lançamento da Editora Estação Liberdade, Mil Anos de Mangá vem para enriquecer nossos conhecimentos sobre a história em quadrinhos no Japão em um livro ricamente ilustrado.
“O Ocidente escolheu a palavra ‘mangá’, que o Japão havia abandonado, mas que agora volta a utilizar, sob sua influência”.
Essa curiosa informação que os fãs dos quadrinhos pouco conhecem é dada logo na introdução de Mil Anos de Mangá, recente lançamento da Estação Liberdade, escrito por Brigitte Koyama-Richard.
Em textos ágeis e informações bem pontuadas, o livro perpassa a história das ilustrações no Japão até chegarmos às histórias em quadrinhos de sucesso que conhecemos hoje.
Importante ficar claro que não se trata de um material com grande aprofundamento, afinal para cada etapa da história um livro (ou mais) seria necessário. Pense nele como uma enciclopédia ricamente ilustrada e uma que, se você é fã de mangás, deveria ler. A escrita de Koyama-Richard é tão encantadora, que dificilmente levará mais do que uma semana, apesar das 270 páginas.
E o livro é extremamente relevante para descobrirmos as origens dos nossos adoráveis mangás, entender as influências e os caminhos percorridos: das caricaturas do século VII aos rolos pintados a partir do século VIII; a evolução através das estampas no período do xogunato dos Tokugawa; as influências do ocidente com as primeiras revistas de caricaturas; e o efeito que os mangás têm hoje sobre outros tipos de arte.
A autora dedica um espaço especial ao célebre artista Katsushika Hokusai, e sua coleção de A Mangá. Sim, no feminino. Foi a origem do termo, então designando para definir “um conjunto de desenhos destinados a servir de modelos para os alunos do mestre”. Somente depois viria para o masculino para definir a caricatura, e por fim histórias em quadrinhos.
Ao final, ainda temos capítulos especiais, com entrevistas, sobre grandes autores modernos, como Jirō Taniguchi, Shigeru Mizuki e Leiji Matsumoto.
Se for para criticar algo, não será o conteúdo em si desta obra da Estação Liberdade, e sim os diversos mangás que nos são apresentados e ainda não foram publicados por aqui. São tantos, de vários estilos, autores e temas, que sua lista de pedidos à Panini, JBC, NewPOP e outras crescerá bastante.
Através da página Mangás Brasil no Facebook eu conheci o Catarse para este livro e apoiei, visto que o tema me interessa.
Concordo com tudo que foi dito neste texto, o livro tem um conteúdo introdutório na história do mangá, porém riquíssimo em sua trajetória, trazendo uma boa introdução ao ukiyo-ê. A autora também apresenta dentro das explicações, ao longo do livro, a história do Japão e a influência na sua arte (como por exemplo, as críticas políticas que foram criadas), citando também a influência da arte japonesa no ocidente.
Apesar do preço relativamente alto (que neste momento está com desconto no site da Estação Liberdade), o conteúdo do livro, as explicações, conexões da história com a arte e a impressão do livro em si (todas imagens coloridas, com boa qualidade) vale muito a pena para quem busca conhecer mais sobre a história do mangá em uma obra única.