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MB Literário: Mangá – O poder dos quadrinhos japoneses

Sonia Bibe Luyten foi pioneira no estudo de histórias em quadrinhos no Brasil e com seu livro Mangá: O poder dos quadrinhos japoneses ajudou a dar visibilidade às nossas queridas HQs japonesas. Confira nossa resenha e homenagem!

Sonia Luyten é uma guerreira e visionária. Em 1991, saía a primeira edição de Mangá: O poder dos quadrinhos japoneses pela Editora Estação Liberdade.

Fruto de seu doutorado, o livro viria a ganhar o Prêmio Romano Calisi de melhor trabalho acadêmico do mundo no Festival Internacional de HQ de Lucca (hoje Lucca Comics & Games, um dos principais do mundo em seu segmento).

Segundo a autora, “é um livro básico para se entender, a partir da leitura das HQs, como opera a sociedade japonesa em sua estrutura, a evolução histórica dos quadrinhos no Japão até chegar às maiores tiragens do planeta, o pioneirismo do Brasil na leitura dos mangás (…)”.

Sonia traça o perfil histórico dos mangás em seu país de origem, novas tendências que começavam a surgir à época de sua publicação e, de forma especial, traz o relato de uma família japonesa com a presença da leitura em seu cotidiano. Outro ponto importante foi mostrar o crescimento que os mangás começavam a ter já naquela época, nos países da Europa e nos EUA.

No Brasil, ainda que restrito às comunidades nipônicas e às influências nos autores das editoras Edrel e Grafipar nas décadas de 60 e 70, vale mencionar que a segunda edição do livro, de 2000, já listava as primeiras publicações feitas por aqui: O Lobo Solitário (Cedibra, 1988), A Lenda de Kamui (Abril, 1993), Mai, a garota sensitiva (Abril, 1992), Akira (Globo, 1990) e Ranma ½ (Animanga, 1998). Produzidas ainda no formato ocidental, diferente daquelas que experimentaríamos com a revolução provocada por Conrad e JBC a partir de 2000, que nos influenciam até hoje.

E muito desta revolução devemos a Sonia, que ainda trabalhou como tradutora de tiras no Jornal da Tarde e professora em universidades como USP, Universidade de Estudos Estrangeiros de Osaka e Tóquio, Universidade Real de Utrecht e Universidade de Poitiers. Além de ser presidente da Comissão de Teses do Troféu HQMIX.

Já seu livro ainda ganharia mais duas edições, ambas pela Editora Hedra, em 2000 e 2012, e um irmão, Cultura Pop Japonesa, pela mesma casa, em 2006.

Parabéns, Sonia, pelos seus 50 anos como pesquisadora! E muito obrigado!

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