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MB Review: Borboleta Assassina #2 e #3

A conclusão da história de Ochou entrega boas doses de ação e segue para um rumo onde o xogunato e a unificação do Japão inteiro estão em risco.

Enquanto o volume 1 de Borboleta Assassina apresentava uma estrutura episódica, as edições 2 e 3 seguem um roteiro mais linear. Ainda temos alguns capítulos episódicos no volume 2, como é o caso de “Touya, o Ensanguentado”, que é uma história excelente onde um maníaco acaba se apaixonando por uma prostituta de Yoshiwara. 

A partir de então, a história começa a acompanhar Raizo e Ochou lidando com a mais nova ameaça: os cristãos que se aliaram a Kazuma, o principal antagonista do mangá. Essa aliança entre cristãos e desgarrados só acontece porque ambos os grupos não compactuavam com o governo da época. A proibição ao Cristianismo e a perseguição aos praticantes dessa religião era brutal naquela época. Os cristãos eram torturados e mortos. A única maneira de serem poupados pelas autoridades era renegando a sua fé. Um detalhe interessante é que as práticas de tortura e de provação às quais eles eram subetidos realmente aconteciam. 

Vários personagens que aparecem no mangá são figuras reais, talvez não da forma que foram retratados aqui, mas existiram. É o caso do padre Tomás de Santo Agostinho, de Sawano Chuan, que foi um missionário português que renegou sua fé e adotou um nome japonês, de Amakusa Shirou, do Xogum, entre outros. 

Como no volume 1, os combates e o ritmo da história são excepcionais. A arte também é maravilhosa. Ochou duvida cada vez mais da sua capacidade como um caçadora, já que começa a questionar se está do lado correto e se é tão fria e habilidosa como achava que era. A autora começa a trabalhar o passado e a origem de alguns personagens importantes, mas sinto que a trama precisava se estender um pouquinho mais para dar um desfecho mais satisfatório aos personagens importantes, já que o final deixa bastante pontas soltas.

No geral, é um mangá excelente. Retrata os shinobis de uma forma que não vemos com frequência, e a autora pegou um recorte histórico muito interessante, apesar de sentir que alguns pontos poderiam ser um mais explorados, como os próprios cristãos. Recomendo muito para aqueles que gostam de dramas de época japoneses.

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