MB Review: Battle Royale #02
Após um ótimo volume introdutório, o segundo volume de Battle Royale desacelera de forma necessária para explorar os personagens sobreviventes, aprofundando-se em seus passados e motivações.
O segundo livro de Battle Royale desacelera certamente o ritmo acelerado de mortes, o que era totalmente esperado, pois com tantas mortes no primeiro livro, não haveria tantos personagens para eliminar da mesma forma.
Isso não implica que a obra piorou, muito pelo contrário, proporcionou uma oportunidade para explorar e entender melhor os personagens proeminentes na obra. Um tremendo acerto de roteiro, tendo a oportunidade de aprofundar o passado dos protagonistas e suas motivações em meio ao caos que todo o conjunto está enfrentando. Preparando o terreno para o leitor para se afeiçoar aos personagens e dar mais tensão em situações de risco.
O que é fascinante em Battle Royale é que os personagens precisam tomar decisões que às vezes contradizem seus próprios princípios, necessárias para sobreviver. É aqui que Shuuya tem que colocar a gentileza de lado para proteger Noriko.
Enquanto isso, somos apresentados ao passado de Shinji, um dos grandes pontos altos do volume, mostrando como o garoto aprendeu táticas de espionagem e anti-governamentais com o seu tio, ajudando-o com seu plano no jogo.
Novamente, a arte de Masayuki Taguchi é um dos pontos altos da série. A maneira como o desenhista consegue transmitir o impacto das mortes e a violência gráfica é algo assustador. Há páginas duplas que são de tirar o fôlego. Taguchi também consegue transmitir bem os sentimentos dos personagens, principalmente na hora em que estão sendo levados ao máximo da insanidade mental.
A edição física da Pipoca & Nanquim continua sendo muito mais completa do que as publicadas no Brasil até o momento, demonstrando o cuidado da editora até mesmo na mudança de padrão de cores entre volumes pares e ímpares. Publicando cada um em capa dura texturizada, sobrecapa, coleção de cards e um marcador de brinde. A edição brasileira corresponde a 3 da japonesa, outro acerto por parte da editora, encurtando o número de volumes da série.