MB Review: Ashita no Joe #04
Ascensão social, treinamento, luta e muitos hematomas. Ashita no Joe continua surpreendendo ao entregar uma história cada vez mais profunda e instigante.
Após o alvoroço causado por Joe no final do volume 3, as atenções se voltam ao personagem e ao clube de boxe Tenge, que graças ao incidente, consegue ser aceito na Associação. Por causa disso, Joe e Nishi fazem a prova para conseguir a licença de boxeador profissional.
Como venho repetindo desde o primeiro volume, Ashita no Joe não é uma obra sobre boxe, é um mangá sobre a vida de um garoto pobre que encontra no boxe um meio de se validar na sociedade e mudar de vida. A festa que os moradores da periferia fazem quando Joe e Nishi são aprovados no exame para entrar no mundo do boxe profissional é um forte exemplo disso. Eles ficam felizes por alguém daquele lugar às margens da sociedade conseguir alçar voos maiores, se sentem representados de alguma forma. Porém a fama de Joe não é apenas local, os entusiastas do esporte e jornalistas já prestam bastante atenção no atleta, inclusive batizando ele como “Joe Brigão”, por conta do incidente com Wolf Kanagushi, que é o mais novo rival do protagonista.
Toru Rikiishi tem um destaque um pouco menor nessa edição, mas está presente e continua se desenvolvendo. Como Joe é de uma categoria de peso inferior, Rikiishi opta por perder peso para poder ter sua revanche contra Joe nos ringues profissionais. As lutas, como sempre, são bem coreografadas e impactantes. Em especial o embate contra Kanagushi, que é destaque nessa edição, e é brutal. Os traços de Tetsuya Chiba são muito charmosos e é possível notar a evolução na quadrinização e na finalização dos painéis.
A leitura continua numa crescente incrível. Desde o volume 1, Ashita no Joe não para de me surpreender. Algo que me incomodou novamente foi o uso de termos que não se encaixam bem com a temática e a ambientação do mangá. Aqui, a editora optou por colocar o termo “fake news” em uma das páginas. Isso não prejudica a leitura e pode não incomodar outras pessoas, foi algo mais pessoal. Reparei também alguns errinhos bobos de revisão, e isso, sim, pode ser melhorado. Mas no geral, a edição continua bem competente e o quadrinho é uma leitura quase obrigatória.