MB Review: Battle Royale #03
O terceiro volume de Battle Royale entrega um dos momentos mais intensos e impactantes da série até agora, demonstrando que o universo frenético da obra ainda tem muito potencial a ser explorado.
O começo do volume continua com a trama do passado de Shinji e seu plano para explodir o centro de controle do Programa, quando são surpreendidos por um personagem que aparece e tanto Shinji quanto Yukata precisam enfrentar um dilema sobre confiança e sobrevivência. Com o desenvolvimento aprofundado dos protagonistas remanescentes, os momentos de perigo se tornam agonizantes a ponto de torcermos para o indivíduo sobreviver de alguma maneira. Esse é um dos maiores acertos de Battle Royale.
Outro núcleo bastante explorado nesse volume é o da personagem Mitsuko Souma. E para mim, foi o ponto alto do compêndio. Conhecemos o passado das personagens e seus traumas que as fizeram ser o que elas são agora. Masayuki alterna as páginas mostrando o traumático passado de Mitsuko com seus atos no jogo, trazendo uma dualidade angustiante e violenta. Um dos momentos mais pesados do mangá até este volume.
Fechando o volume, voltamos ao núcleo de Shuya Nanahara, se recuperando depois dos acontecimentos do volume anterior e novamente nos apresentando mais um momento brutal de Battle Royale. Toda a cena do grupo de garotas desconfiando uma das outras é muito violenta, mostrando como a insanidade mental pode nos fazer tomar atitudes abruptas.
Um dos melhores volumes da série até o momento. Assim como nos volumes anteriores, a arte de Masayuki Taguchi é um dos pontos altos. A maneira como o desenhista consegue transmitir o impacto das mortes e a violência gráfica é algo assustador. Taguchi também consegue transmitir bem os sentimentos dos personagens, principalmente na hora em que estão sendo levados ao máximo da insanidade mental.
A edição física da Pipoca & Nanquim continua sendo muito mais completa do que as publicadas no Brasil até o momento, demonstrando o cuidado da editora até mesmo na mudança de padrão de cores entre volumes pares e ímpares. A edição brasileira corresponde a 3 da japonesa, outro acerto por parte da editora, encurtando o número de volumes da série. Também contém entrevistas com os autores.