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MB Review: Neon Genesis Evangelion #6

No sexto volume de Neon Genesis Evangelion, o mangá se aproxima do seu conclusivo desfecho. 

Shinji, em plena crise existencial, lida com a perda de pessoas queridas e sua sensação de vazio. O volume explora a psique do personagem com mais profundidade, e é interessante ver como sua angústia toma conta de suas ações e pensamentos.

Ao mesmo tempo, o cenário político e militar de Evangelion ganha foco. A Seele, finalmente, decide agir contra Gendo Ikari, colocando a NERV sob ataque. Não sendo o bastante, o plano de Gendo se desvia do que a organização planejava, o que leva a um conflito de interesses e eventos catastróficos. O mangá segue apostando em mostrar as consequências dessa luta de poder, que reflete bem as diferentes motivações e filosofias em jogo.

Em termos de relação entre personagens, o mangá vai além do que o anime ofereceu. A interação entre Shinji e seu pai, Gendo, aqui se aprofunda de maneira quase desconcertante. O relacionamento deles nunca foi simples, mas o volume deixa claro que as intenções de Gendo são bem mais sombrias do que a simples paternidade. O uso de Shinji como uma ferramenta em seu plano só dá ênfase ao sofrimento do protagonista, o que torna o drama entre pai e filho ainda mais pesado.

A ação no volume é direta e sem excessos. O sacrifício de Kaworu, que já era doloroso, ganha ainda mais peso com a maneira como o mangá lida com o impacto emocional de Shinji. A perda de personagens importantes é tratada de forma crua, sem rodeios, e isso reflete bem a atmosfera de caos crescente que toma conta da história. Cada luta, cada interação, parece se tornar um reflexo das questões existenciais que os personagens enfrentam.

Com o fim do volume, a sensação de que tudo está desmoronando se torna ainda mais forte. As revelações sobre a verdadeira natureza dos Anjos e o projeto de instrumentalização humana preparam o terreno para o clímax. É bem construído, com uma narrativa que, embora se distancie do anime em alguns pontos, consiga adicionar nuances que tornam o enredo ainda mais envolvente. E, claro, a arte, com sua riqueza de detalhes, deixa a espera pelo próximo volume ainda mais angustiante.

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