MB Review: Joy Comet
Após a humanidade esgotar todos os recursos naturais do planeta Terra, sete colônias foram lançadas ao espaço, abrigando os últimos sobreviventes da espécie. Contudo, a sexta colônia deu um passo além: criou androides com o objetivo de explorarem o universo em busca de um novo planeta habitável.
Durante suas expedições, esses androides capturaram criaturas capazes de sobreviver no espaço. Ao extraírem seus poderes, conseguiram construir portais que expandem o alcance da busca por recursos naturais. A ambição pelo poder, porém, levou a um golpe interno, desencadeando uma guerra civil entre os mais poderosos e os mais pobres — e, assim, a humanidade começou a trilhar novamente o caminho para uma possível extinção.
Joy Comet é uma das androides e realiza patrulhas constantes ao lado de seu parceiro Quindim. Tudo muda quando ela conhece Nia, uma astrobióloga que se tornou vítima do novo regime autoritário. Ao lado de Nia, Joy descobre verdades ocultas sobre seus superiores e se vê diante de uma decisão que pode mudar o rumo da resistência contra esse regime opressor.
A narrativa de Joy Comet é fluida e repleta de ação, entregando uma história envolvente, com camadas profundas e discussões pertinentes. O grande destaque está na construção de um universo rico, coeso e cheio de possibilidades. Os personagens têm motivações bem definidas, e o desfecho deixa aquela vontade de explorar ainda mais esse universo.
A arte de João Eddie tem um charme particular, com destaque para o uso habilidoso das hachuras — não apenas como elemento de detalhamento e sombreamento, mas também como recurso para transmitir movimento de forma excepcional, lembrando o estilo de Shuzo Oshimi em Happiness.
Joy Comet entrega um sci-fi de primeira, com muita ação, emoção e uma trama sólida. É o tipo de quadrinho que eu recomendaria especialmente para quem presentear novos leitores.
A edição da Editora Draco está muito bem cuidada, com capa cartão com orelhas e miolo colado e costurado, garantindo maior durabilidade e facilidade ao manusear o quadrinho durante a leitura.