MB Review: Navillera #2
O segundo volume de “Navillera” continua a acompanhar a trajetória do septuagenário Shim Deok-chul e do jovem Lee Chae-rok que compartilham o sonho de se tornarem bailarinos.
O primeiro volume fez uma introdução dos personagens e da trama, que gira em torno da decisão de Deok-chul em praticar balé aos 70 anos, porém agora a narrativa se aprofunda e se desdobra em múltiplas camadas que nos fazem compreender melhor não somente os protagonistas, mas também os outros personagens.
Enquanto Deok-chul mantém seus esforços, agora com menos resistência por parte da família, Chae-rok se vê em apuros e neste ponto podemos notar os danos causados pela solidão e abandono. Embora o jovem tenha bastante potencial, sua insegurança e baixa autoestima fazem com que muitas vezes ele sabote a si mesmo, porém ele irá encontrar em Deok-chul um apoio inesperado, porém muito necessário que irá se mostrar essencial para seu crescimento não necessariamente como bailarino, mas sim como indivíduo.
E apesar de parte da família de Deok-chul estar não somente aceitando, mas também apoiando-o em sua empreitada, isso não significa que ele está livre da maldade e do preconceito. Mas mesmo com todas as adversidades, ele brilha como protagonista, não se prestando ao papel de “coitadinho “ dando ao leitor pequenas demonstrações de habilidades e sabedoria que somente o tempo e a prática podem trazer.
“Navillera” mantém o equilíbrio neste volume, mostrando diversas facetas dos personagens e explorando com sensibilidade temas relevantes como luto, abandono, bullying e invalidação do idoso, acompanhando a rotina dos personagens em busca de seus objetivos enquanto desenvolvem um vínculo de amizade baseado na admiração. Com um encerramento surpreendente e potencialmente dramático que me deixou bastante apreensiva para o próximo volume, vale ressaltar o talento do autor Hun que conduziu impecavelmente a história até um momento mais tenso capaz de mudar toda a perspectiva dos leitores.
Esta edição da editora NewPOP se mostra impecável, com material de qualidade que destaca as belas ilustrações e também no texto fluido com detalhes de localização que tornam a experiência de leitura bastante divertida e agradável. O único porém talvez fique com a periodicidade de publicação, afinal de contas, nada é perfeito, mas “Navillera” chega perto.