MB Animações: Yasuke – O anime realmente supriu as expectativas?


Recentemente estreou na Netflix o anime original “Yasuke”, com uma premissa no mínimo interessante para o cenário atual das animações japonesas, tendo como protagonista o primeiro afro samurai da história (que leva o título do anime) “Yasuke”… E acho que a adaptação desse fato histórico renderá bastante coisa a ser discutida aqui.

– A Narrativa

Quando o anime foi anunciado, foi difícil conter o êxtase, já que essa base histórica é pouca aproveitada em animações nas terras nipônicas e trazendo isso nesse formato garantiria, no mínimo, uma valorização e representatividade.

Entretanto, o que foi entregue foi totalmente o oposto do que eu esperava… Mas primeiro vamos para a sinopse: “Ele veio da África para lutar ao lado de um poderoso senhor feudal no violento Japão do século XVI – e se tornou uma lenda”.
Ah, por favor, não se deixe enganar pela enredo, o que deveria ser uma biografia histórica num primeiro olhar dá espaço para algo muito mais fantasioso.

        Não me levem a mal, não tenho nada contra o uso do estilo tradicional em Shounens e Seinens que se aproveitam da metafísica com poderes e uso de ficção exorbitante, mas aqui, em tese, não deveria ser encaixado. O que deveria ser uma narrativa centrada nos questionamentos e adversidades que ocorreriam com Yasuke nesse período histórico, devido sua etnia e migração forçada, dá espaço para robôs imperiais, uma russa que vira um lobo, um padre louco, shoguns demoníacos, uma criança “X-Men” e um insight copiado de “Castlevania”.

Para uma história isolada, longe de um fato histórico tão autêntico que o nome da adaptação propõe, essa narrativa até funcionária como algo distópico sobre um Japão Feudal, e que até seria interessante de se assistir. Usar um símbolo que foi o primeiro Afro Samurai para dar espaço as lutas sem sentidos e quase nem tocar na questão da representatividade e a existência de uma classe diferente em terras atípicas da época, foi um erro e grande.Mas nem tudo são coisas ruins…

– A animação

        No quesito design e animações, o anime consegue com maestria entregar bons frames e cenas bem animadas em ações e cenários. A adaptação ficou a cargo dos Studios Mappa e com direção de “Le Sean Thomas”, um produtor, diretor, animador, e storyboarder americano, crescido no Bronx.E em questões de design e movimentação, ambos entregam resultados excelentes graças a sua staff de peso, e vale ressaltar os ótimos enquadramentos no uso de rotação de câmera, o que proporciona realismo e fluidez nas cenas.

A opening também não fica para trás, fazendo o uso de ótimos efeitos e de boa trilha sonora.

No âmbito técnico não há do que reclamar, a animação cumpre seu papel de forma satisfatória como entretenimento visual.

– Vale a pena?

Eu diria que vale a experiência caso você queira levar como um anime de puro entretenimento, já que, em tese, a obra não cumpriu seu papel. Ótimos detalhes, animação e ambientação, porém peca na narrativa que se propõe, carregando um nome de peso mas se afastando da expectativa pública sobre o enredo base 

O anime está disponível na plataforma de Streaming “Netflix” e conta com 06 episódios.

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