MB Review: Game: Jogo Proibido #01


Olá!Sou Julyana Santos, uma das ADMs da Mangás Brasil. E hoje vim aqui comentar um pouquinho de Game: Jogo Proibido, o lançamento de Julho de 2019 da Panini Mangas. Já adianto que se você está pensando em comprar esse mangá por razões de gostar de ecchi ou hentai, essa obra não é pra você.

Primeiro vamos à apresentação do mangá. 

Game: Jogo Proibido (Game: Suit no Sukima) é um mangá Josei de Mai Nishikata, em publicação desde 2015 na revista Love Jossei (revista adulta) da Hakusensha. A série está em andamento com 4 volumes publicados.

A edição da Panini será Bimestral, Formato 13,7 x 20 cm, 192 páginas, Offwhite, Preço R$22,90. Acompanha marcador de brinde. Classificação 18 anos.

Sinopse: Saya é uma mulher moderna e trabalhadora que não brinca na vida. Ela é uma viciada em trabalho mais do que qualquer outra coisa, o que afastou todos os caras com os quais ela teve um relacionamento e os fez chamá-la de “homem”, porque ela é casada com o trabalho dela.Então, um novo funcionário começa a trabalhar em sua empresa: Kiriyama Ryouichi. Kiriyama é diferente de qualquer um que ela já conheceu…

Comentando:

Sayo é uma moça no auge da sua juventude: 27 anos, bonita, com uma carreira de sucesso e que não tem medo de nada. Tem controle sobre tudo a sua volta, mas no âmbito amoroso deixa a desejar, pois seu trabalho vem sempre em primeiro lugar. Por causa disso, seus namorados sempre a pedem para escolher entre a profissão ou eles, e ela sempre escolhe o primeiro.

Sayo está sempre almejando mais. Dentro da firma, ela compete de igual pra igual com seus companheiros de trabalho do sexo masculino, e por vezes por causa dessa competição, é chamada por trás de “homem”.  Isso tudo porque ela se esforça sem medidas. Mas em um ambiente onde o sexo masculino se destaca e uma mulher ofuscar o brilho deles, acaba gerando aquele desconforto onde ela por ser “frágil” tem que recuar e não partir pra cima pra ser melhor. 

Em meio a isso, aparece Kiriyama. Um novato na empresa que é colocado para acompanhar a Sayo no início de sua carreira nesse novo emprego. Ele é diferente, não se intimida com esse jeito e vê um desafio em conseguir algo sexual para destravar a seriedade dela. A todo o momento a jovem fecha as portas temendo mais um relacionamento fadado ao fracasso como todos os anteriores.

Até que um dia, ela está passando pela sala de descanso da empresa e mais uma vez escuta os colegas falando mal de sua pessoa. Mais uma vez é taxada de “homem”, por querer ocupar seu tempo com trabalho, ao invés de gastá-lo com “coisas de mulher”. Kiriyama também presencia o acontecido e pergunta como ela está, em resposta Sayo diz que está bem e está acostumada e sai. Só que ouvir aquelas palavras a magoa e enquanto anda as lágrimas caem. Mesmo acostumada a ouvir gracinhas, ela não entende do porque daquilo a ferir. Kiriyama a alcança e fica com ela até o choro passar.

Depois de muito relutar, Sayo aceita ir para casa dele. Mas ela sabe que não será apenas para descansar. Enfim Kiriyama consegue levar ela pra cama. Algo está diferente, a relação não é automática como das outras vezes, ele sabe como tocá-la e mesmo tentando se esquivar, ela acaba gostando. 

Agora vem o desafio, ela não quer um relacionamento amoroso, e ele não quer parar esse envolvimento com ela. Então decidem um jogo, não vão namorar mas vão continuar a os encontros sexuais com a condição que nesse meio tempo aparecer alguém para algum dos dois a relação acaba, ou se ela se apaixonar por ele, eles consolidam o relacionamento.

Tudo o que você leu até aqui é o início do mangá, o primeiro capítulo. Sayo sofre com os caras da empresa. Em uma sociedade machista onde uma mulher se destaca, ela enfrenta fofocas a seu respeito. Não pode almejar algo grande pois ela é o “sexo frágil” e isso não condiz. Há muitas Sayos em nosso meio, mulheres que tentam crescer dentro de suas carreiras mas viram alvo de mexericos ou em alguns casos, seus companheiros não aceitam que elas destaquem e/ou sejam provedoras do lar mais do que eles.

Outro detalhe que não posso deixar de esclarecer. Game não é um mangá ecchi ou hentai. Sim, temos cenas de sexos (várias por sinal), mas nada com detalhes exagerados. Ao contrário do ecchi/hentai onde as mulheres são retratadas com seios e bundas enormes, roupas super apertadas valorizando, e muito, os órgãos sexuais. As tomadas das cenas de sexo são sempre com poucos detalhes, aparecendo mais braços e pernas ou rosto a rosto, onde você deduz pelas posições o que está acontecendo.

Outro equívoco que li muito enquanto via a divulgação desse mangá nas redes sociais. “É o mangá de 50 Tons de Cinza!”. Primeiramente, apesar de ser um mangá adulto, Game passa longe que 50 Tons. O enredo é totalmente outro, os personagens não tem nada de parecido ou algo do gênero. Parece que o pessoal quando se fala de “romance hot” só conhece essa trilogia da E. L. James.

Pra quem assistiu o filme, tem essa cena em “50 Tons” kkk

Reagi muito positivamente que a Panini trouxe algo tão diferente para um público feminino mais adulto. Eu sou leitora de livros de romance adulto e Game se encaixa nesse perfil. Vou ficar muito feliz se a editora quiser investir mais nesse nicho e assim aumentar mais o leque de diversidade de suas publicações.

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