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Resenha: BUILD KING – Capítulo 1 (Manga Plus)

Com um péssimo timing, Mitsutoshi Shimabukuro está de volta às páginas da WEEKLY SHONEN JUMP

O autor, que em 2002 se envolveu-se em um escândalo ao ser flagrado na companhia de uma prostituta de 16 anos, ter sido preso e posteriormente solto mediante a multa e perante as leis japonesas, teve seu nome novamente associado ao crime de pedofilia, mesmo 18 anos após o ocorrido, depois de mais dois casos de pedofilia na Revista, sendo desta vez envolvendo os autores Nobuhiro Watsuki (Rurouni Kensin), em 2017 e Tatsuya Matsuki (Act-Age), em 2020.

 Há quem acredite na versão de que Shimabukuro, como ele alegou, realmente não sabia da idade da garota em questão, quem ache que ele já pagou pelo seu crime e quem afirme que para um crime destes não há perdão. Há também quem defenda que se deve separar o autor da obra, mas de toda forma,não estou aqui para mudar a forma de pensar de ninguém em relação ao autor.

 Esta Review focará apenas na obra. Se você lerá ou não, é de seu total critério e respeito isso. 

Imagem Promocional (Manga Plus)

 Disponibilizado neste domingo (15/10) no aplicativo oficial da Shueisha, o MANGA PLUS, BUILD KING já conta, até este exato momento, com mais de 45mil visualizações no app, assumindo a 31ª colocação entre os títulos mais lidos e superando nomes como The Promised NeverlandDeath NoteHunter X Hunter e Dragon Ball.

HISTÓRIA:

 Tonkashi eRenta são dois jovens garotos que vivem na “Ilha do Martelo”, um lugar inacessível que fica no meio de um gigantesco tufão. Eles não sabem como chegaram lá e acreditavam que eram os únicos humanos na ilha até serem salvos de um ataque de troll por Shovel, um homem que se denomina como um “Mestre Carpinteiro”.

Shovel adota os garotos como seus pupilos e, por dois anos, ensina-os tudo o que sabe sobre
construções e a arte da carpintaria. Mas quando os considera aptos a sobreviverem sozinhos, ele saí em uma missão para construir sua própria BUILD KING. e os encarrega da tarefa de sobreviverem e construírem suas próprias casas sólidas, totalmente habitáveis e resistentes a Trolls “Devoradores de Lares”, com a promessa que que voltaria para buscá-los dentro de dois anos.

Três anos se passaram e o Mestre ainda não voltou. Neste tempo, Renga se mostra um hábil carpinteiro enquanto Tonhashi segue falhando em construir sua própria casa. 

(Manga Plus)

ONE-SHOT X SERIALIZAÇÃO

 • Diferente do que se pensou, o protagonista do One-Shot não passou por uma “repaginada”, mas são personagens diferentes. Tonkashi e Renga são como a “divisão” do personagem Kugi Taurus, apresentado no One-Shot.

• Não há qualquer menção, por enquanto, da Anima Structure (Uma espécie de “casa com vida própria”) que é apresentada no One-Shot como o personagem Two By Four, ou da organização “Build Union” que tenta roubá-la.

Tonkashi (Esquerda), Renta (Centro) e Kugi (Direita)

ANÁLISE: 

O diferencial de BUILD KING é ser o clichê de um tradicional Mangá dos anos 80/90. Em uma época que a WSJ vêm apostando cada vez mais no Psicológico e no Sobrenatural, Build King se mostra aquele tradicional Shonen de aventura e ação que fisgou tantos fãs para este mundo dos Animes/Mangás.

Na Ilha do Martelo, além dos citados, não há outros humanos, mas habitam inúmeros animais capazes de falar, no maior estilo Dragon Ball Clássico. O lance de “Garotos da Ilha” também lembra o início de títulos consagrados como One Piece e Hunter X Hunter, e pra finalizar as comparações, a ambientação lembra muito Toriko, do próprio autor. Lógico, sem diminuir o toque de originalidade de tudo isso ter construções como tema central.

A cena que culmina na frase “Eu posso construir a paz” acerta em cheio em causar “arrepios” logo no primeiro capítulo, e está sendo amplamente divulgada no twitter e em fóruns especializados. Isso mostra que o autor convenceu na construção dos personagens e no vínculo de amizade entre eles. É o início de um clímax que realmente funciona. Há também outros diálogos dignos de atenção, mas na questão de humor, algo característico do autor, ainda não ocorreu nenhum momento que realmente arranque uma risada.

É um capítulo fechado que cumpre o papel de apresentar o leitor ao universo proposto.

(Manga Plus)

OPINIÃO:

É uma história leve e divertida, nada que irá explodir sua mente, mas que vale a leitura.

Ele nos apresenta um mundo com enorme potencial para ser explorado, com uma arte que remete a títulos como Dragon Quest e personagens quem lembram jogos de RPG.

O que pode incomodar alguns leitores é a demasiada quantidade de diálogos, mas todos são fundamentais para o desenvolvimento da história.

Build King se diferencia hoje por se assimilar ao que já foi feito e, se sobreviver, conquistará principalmente pela NOSTALGIA.

O segundo capítulo de BUILD KING, com página colorida, estará disponível no APP MANGA PLUS no dia 20 de Novembro.

MOMENTO EASTER EGG:

Assim como já apareceu aleatoriamente em Toriko, o personagem Takeshi, da primeira serialização do autor (Seikimatsu Leader Den Takeshi), já deu as caras nesta nova série, como você pode ver na imagem abaixo:

Easter Egg (Takeshi em Build King)

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