MB Review: Kamen Rider #3

Chegamos ao fim de mais um mangá aqui no Brasil. Esse é especial, pois é uma obra que define bem por que Shotaro Ishinomori é considerado o “Rei dos Mangás”.

Kamen Rider é, de fato, sua obra mais popular no mundo, muito principalmente sobre o seu último Kamen Rider, o Black (que passou na finada Rede Manchete e recentemente sua volta foi polêmica devido a problemas de direito conexo, história que todos acompanhamos em plena pandemia), mas podemos dizer que o primeiro Kamen Rider é uma obra atemporal. 

COMO TERMINA O MANGÁ? (CUIDADO,SPOILERS)

Neste último mangá, o autor finaliza a saga iniciada no volume dois, quando Hayato volta a sua vila natal e descobre que ela está controlada pela Shocker. Após invadir o quartel general local e lutar contra o monstro caranguejo, ele consegue que o inimigo destrua a base e libere aqueles moradores do controle da organização maléfica.

Hayato foca então na empresa Hinoshita Denshi, uma empresa de tecnologia e eletroeletrônicos superpopular e possivelmente é onde a Shocker se encontra. Porém, nosso herói se apaixona por uma funcionária desta empresa, que cuida de seu irmão adoentado, vítima dos efeitos da bomba nuclear soltada pelos americanos na Segunda Grande Guerra.

Em uma de suas visitas ao garoto, Hayato recebe uma estranha carta convite e, ao chegar ao local informado, ele é alvo de motoqueiros que estão cercando uma bela jovem. Uma outra mulher o chama e ele acaba entrando em confronto com os motoqueiros. 

Hayato descobre após conversar com a misteriosa mulher que ele caiu numa armadilha da Shocker e ele é salvo por outra bela jovem, que é filha do presidente da Hinoshita Denshi e que pede ajuda a Hayato, dizendo que seu pai está apresentando um comportamento estranho.

Nosso protagonista decide invadir o escritório central da empresa e lá ele conhece Taki, um agente do FBI que também está investigando a corporação. Lá eles enfrentam diversos monstros e acabam escapando por pouco. Hayato e Taki trocam informações e nós descobrimos que a Shocker tem um supercomputador escondido no monte Fuji.

Em nosso palco final, Hayato e Taki invadem a base central da Shocker e, depois de uma batalha impiedosa, nosso herói chega ao monstro responsável pelo supercomputador e descobre que a ambição da Shocker foi herdada dos governantes japoneses para controlar a população.

A luta derradeira tem início e quando Hayato está prestes a perder, uma ajuda inesperada aparece, Takeshi Hongo surge como um cyborg e acaba com as intenções da Shocker de controlar a humanidade, mas a guerra em si está longe de terminar.

QUAIS SUAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A OBRA?

Kamen Rider, o tempo todo, é uma obra de conscientização. Um alerta sobre o que os humanos estão fazendo com sua casa, o planeta. A obra foca sobre esse tema, no modo operante da Shocker, nos mutantes que ela cria, até mesmo no “slogan” do nosso herói, “O mensageiro da Mãe Natureza”. Essa preocupação do Ishinomori com o meio ambiente é algo que podemos ver em boa parte de suas obras, a tornando atemporal, pois mesmo após 50 anos a preocupação com o meio ambiente nunca esteve em tanta evidência e os efeitos de não cuidarmos do nosso planeta está sendo sentido por todos.

Outro fator que faz a obra ser fantástica é a crítica de Ishinomori em relação à política e a ganância humana. Os verdadeiros vilões da obra são os políticos e suas ambições pessoais acima do bem da sociedade. Há algo mais atual e destrutivo como esse assunto? E no final da obra os verdadeiros vilões saem impunes, tanto que uma das cenas finais é um dos personagens revoltados com a impunidade dos “vilões”.

A obra chega ao seu fim com um desfecho forte e pesado, Ishinomori não se conteve ao manter toda a narrativa, mesmo que curta, o mais real possível. Os Kamen Rider não são imortais, assim com ele não tem “pena” de matar um personagem para deixar a obra o mais convincente possível, e isso o autor consegue com muito louvor.

As cenas sombrias e de muita ação são outro ponto forte. Ishinomori utiliza-se de artifícios fantásticos para criar uma ação cinematográfica e empolgante. Sem contar que as cenas de explosões são algo em que Ishinomori fez “escola”, tudo que você vê criado depois teve alguma influência das técnicas do “Rei dos Mangás”.

E A EDIÇÃO NACIONAL, O QUE ACHOU DELA?

A Newpop fez um belo projeto editorial. O formato, a capa, o miolo, todos os aspectos têm  uma qualidade impressionante, porém a adaptação foi infeliz em alguns pontos. Nada que atrapalhe a leitura, ou que embase as discussões desnecessárias sobre elas, mas a editora precisa ficar atenta em determinadas adaptações. Fora isso, a edição vale cada centavo investido.

FINALIZANDO

Kamen Rider é uma franquia de muito sucesso e o primeiro Kamen Rider é a prova disso. Mesmo sendo uma obra com 50 anos ela se mostra moderna, atual e empolgante com uma leitura rápida onde você admira um pouco de tudo. Se você é fã do herói, a coleção é necessária, e se você não é, dê uma chance e veja porque Ishinomori está no panteão dos grandes autores de quadrinhos no mundo.

Nos vemos em breve em Kamen Rider Kuuga ou em Kamen Rider Black.

Agradecemos à loja Anime Hunter por disponibilizar o título para nossa análise.

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