MB Games: Sonic The Hedgehog (Mega Drive)
No final dos anos 80 e início dos anos 90, o Ocidente viveu uma segunda febre (e, por muito, a derradeira) sobre os vídeo games e um personagem em específico caiu nas graças do público por seu carisma e principalmente por seu terceiro jogo: o encanador italiano que vive salvando a princesa, Mario.
A Sega, principal concorrente da Nintendo, criadora do Mario, buscava a qualquer custo emplacar um “mascote” de sucesso como o carismático encanador. Já havia tentado diversos personagens, mas sem o mesmo apelo. A única certeza que se tinha é: Ele precisava ser tão ou mais carismático com as crianças e jovens que o Mario.
Diversos esboços foram feitos. Animais como cachorro, gato e coelho foram testados, sem sucesso. A cada tentativa mal sucedida, a ideia que o novo personagem precisava ter traços simples e ser chamativo. Partindo desse conceito, chegamos a um dos maiores ícones pop dos últimos 30 anos, o ouriço Sonic.
Sonic foi criado por Naoto Ohshima e Yugi Naka, sendo um ouriço com grande velocidade que tem a missão de salvar seus companheiros animais do Dr. Eggman (Ivo Robotnik) que quer dominar o mundo se apoderando das esmeraldas do caos.
Mesmo com o personagem definido para chegar nessa história, houve diversas mudanças. A ideia de ter um mascote “radical” foi levada ao extremo. Sonic teria uma banda e a ideia é que ele salvasse seus “fãs” das mãos de um cientista maluco que queria dominar o mundo (bem, isso não mudou).
Ajustes feitos e Sonic sai em 1991 para Sega Genesis/Mega Drive. O sucesso foi imediato e arrebatador. Com uma jogabilidade insana, Sonic se destacava pela velocidade para quebrar/ultrapassar e coletar as moedas da fase, além de acrescentar o elemento de exploração em cenários coloridos e bem iluminados, com belíssimos gráficos e uma excelente trilha sonora.
Outros fatores que chamavam a atenção foram o realismo em algumas fases, como as traumáticas fases “de água”, onde nosso ouriço precisava coletar bolhas de ar para se manter respirando debaixo d’água.
As fases bônus eram desafiadoras. Você precisa zerar para conseguir acesso a uma das 6 esmeraldas do caos e fazer o “final verdadeiro” do game, que era considerado bem difícil pelos jogadores da época.
A parte ruim é que Sonic era um jogo extremamente curto, com 6 mundos de 3 fases, cada um com um chefe. Dá para encerrar o jogo com 2 horas se você for um bom jogador.
Com seu sucesso, Sonic conseguiu um universo gigante e confuso, que podemos ir destrinchando aos poucos.
Finalizando, Sonic I é divertido, desafiador e dinâmico, “mudando o jogo” para a Sega no início dos anos 90, fazendo o Mega Drive ter mais jogadores que o Super Famicon/Nintendo. A Nintendo iria virar a mesa anos depois, mas isso é uma história para outro MB Games.