MB Nacional: Mulheres Caídas

Mulheres Caídas é uma HQ nacional de Aline Daka, publicada pela editora Skript em 2021. A autora, em meio a pandemia do coronavírus, se planejou e aos poucos conseguiu publicar a obra, que bem anti convencional, faz um ode às mulheres, principalmente as que nos ajudaram a ter a liberdade que temos hoje. As mulheres que por muito tempo foram de alguma forma diminuídas ou colocadas em caixas, apenas por serem quem são.

Não é desconhecido o fato de que por muito tempo, e até hoje em dia, mulheres são estereotipadas e difamadas apenas por viverem suas vidas. E apesar de tempos atuais termos uma liberdade um pouco maior sobre muitos movimentos à nossa volta, muitas se sacrificaram para chegarmos onde estamos e de muitas formas diferentes.

Aline Daka junta muitos nomes, nacionais e internacionais, que foram motivo de toda nossa trajetória e deram nome a nossa história, traçando assim um paralelo sobre vivências e movimentos que foram de extrema importância para que nos dessem espaço pouco a pouco.

A arte dessa obra foi realizada por uma arte educadora e pesquisadora da área, o que a torna incrivelmente sobressalente em qualidade. Sem o uso de quadros fixos e ilustrações que fogem do comum e das páginas, Daka nos leva para dentro das páginas e faz com que cada pedacinho seja um ponto histórico e um desenvolvimento, que muitas vezes não é apenas da história contada, mas também dos acontecimentos que conversam entre a história e com quem está a ler. Com toda certeza, uma grande sacada que faz a narrativa ser única e complementar ao impacto da obra.

Para finalizar, de forma excepcional, Mulheres Caídas conta a história de uma forma crua das mulheres e de todo impacto positivo e negativo que temos guardado em nossa história. De forma gradativa, senti falta de outras histórias também que são esquecidas (ou pelo menos não as vi na obra) que são as mulheres trans, que ao mesmo tempo tiveram e causam uma revolução, apenas pelo fato de existirem e serem vistas e talvez isso seja o que ficou faltando para mim, pois, apesar de diferentes lutas, sempre estamos simultaneamente em busca de respeito e igualdade.

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