MB Literário: A noite em que a Marvel fez o mundo chorar

Junho de 1973, chegava às bancas The Amazing Spider-Man #121. Na capa, diversos coadjuvantes do Aranha e a mensagem que um deles morreria. A Noite em que a Marvel Fez o Mundo Chorar – A história por trás da morte da namorada do Homem-Aranha, de Eduardo da Silva Pereira, discorre sobre os eventos que levaram àquela edição e o efeito que teve para os comics. 

Em junho de 1973, a Marvel Comics sacramentou a morte de uma querida personagem das HQs do Homem-Aranha. Um ato brutal, que levou a editora a discussões internas, Stan Lee negando durante anos qualquer participação e mudanças na forma como as pessoas encaravam os super-heróis.

Eduardo da Silva Pereira (@eduardodsilvapereira) faz uma volta no tempo, do antes e depois do lançamento da fatídica HQ, para mostrar os motivos que levaram Gerry Conway e Gil Kane a matar a amada de Peter Parker e os efeitos que isso teve nos comics americanos em A Noite em que a Marvel Fez o Mundo Chorar – A história por trás da morte da namorada do Homem-Aranha (@editora_noir, 2022)

Mesmo no mundo lúdico dos comics, a morte em si não era tão incomum. Mas isso era usado como forma de moldar os heróis, principalmente em suas origens, como Batman e Superman. O desenvolvimento do Universo Marvel, a partir da década de 60, levou a uma mudança, quando a morte passou a ter função dramática nos enredos. Em Amazing Spider-Man #90, por exemplo, por Stan Lee e John Romita, morre o Capitão Stacy, pai de Gwen e figura paterna para Peter.

E por que a morte de Gwen foi impactante?

Provavelmente, pela forma e efeito que causou. Não é uma história simples de explicar, e taí um livro apenas sobre o assunto para mostrar que não é tão curta. Eduardo Pereira discorre sobre histórico da criação da personagem, discussões de Stan Lee com Steve Ditko nas primeiras edições, onde o segundo achava que o Aranha não devia se envolver em relacionamentos, e a chegada de Gerry Conway para substituir Lee no título.

É interessante acompanhar esse caminho para entender a comoção da época, e que também fazia parte de um movimento que levou a tramas mais “reais”, como Cavaleiro das Trevas e Watchmen. E o autor o faz bem amparado em pesquisa e entrevistas com autores e editores envolvidos.

O livro tem alguns problemas de revisão, mas que não chegam a atrapalhar a leitura. Uma obra rápida e prazerosa, cheia de conhecimentos para novos e antigos leitores.

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