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MB Review: Divina Comédia #1

A Divina Comédia é um clássico da literatura mundial e Go Nagai é extremamente feliz em sua adaptação em mangá. Recomendado tanto para quem já leu a obra original e quer reler sob uma outra perspectiva, quanto para quem nunca leu e quer ter a experiência com a belíssima arte do mestre japonês.

Há algum tempo, fiz um texto para o então blog da Mangás Brasil sobre uma adaptação da obra de Dante Alighieri, A Divina Comédia, pelas mãos de Go Nagai, autor de Devilman, Mazinger entre outros. Hoje, volto aqui para comentar o primeiro volume da série publicada no Brasil.

O mangá foi publicado pela editora Kodansha entre 1994 e 1995, finalizado com 3 edições, sendo posteriormente relançado em 2 volumes, que continha mais capítulos por edição. É essa versão que a NewPop está publicando aqui.

A Divina Comédia é um poema épico e teológico que narra a passagem do poeta, já que ele mesmo é o protagonista da obra, pelo inferno, purgatório e paraíso. O épico é uma das obras mais importantes da literatura mundial.

Dante é acompanhado por Virgílio, poeta importante romano nascido em 70 a.C. Ele é responsável por guiar o protagonista nos planos espirituais, explicando o que acontece nas camadas do inferno, purgatório e paraíso. Cada círculo do inferno possui um determinado castigo para as almas que ali estão, por exemplo, existe um círculo específico para pessoas que durante a vida cometeram em excesso o pecado da ira, para pessoas que enganavam outras para obter vantagem, etc. O trabalho de Dante é descrever como é cada um dos locais que visitou, para quando voltar ao plano dos vivos – já que ele nunca morreu -, as pessoas possam ler sua obra e ver o quão horrível é o inferno. A obra possui teor cristão, mas o autor mescla elementos das mitologias grega e romana.

A arte merece destaque. Apesar de eu gostar muito do traço do autor, algumas pessoas o rejeitam pois o consideram muito “caricato”. Mas aqui Nagai faz um traço mais realista, com expressões menos exageradas e caricatas, e mais carregado com linhas de sombreamento, para manter o traço condizente com a atmosfera da obra original.

Recomendo o mangá não apenas para quem quer conhecer a clássica obra de forma mais sucinta ou para aqueles que já leram a obra original e desejam ver como é a adaptação em mangá, mas para todos que querem ler uma obra boa e curta, porque é de fato uma leitura muito gostosa. 

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