MB Review: The Homeless (1974)

Dois presidiários são simultaneamente libertados da prisão, mas seguem caminhos distintos que devem se cruzar no bordel mais próximo. Lá conhecem uma aspirante a prostituta com uma mente infantil e sérios problemas com a Yakuza. Eles a ajudam a escapar do bordel infestado de criminosos e decidem levá-la junto em sua busca por um tesouro em algum lugar ao largo da costa, cuja localização só um deles conhece

The Homeless é um remake japonês do filme franco-italiano “Les Aventuriers” (1967) do diretor Robert Enrico. Em sua versão japonesa acompanhamos as desventuras de Genzo Komagen, o malandro de bom coração que quer achar o tesouro para comprar um terreno, Jokichi Anabuki, que faz uma linha de personagem durão mais calado que está em busca de vingança pela morte de seu irmão e a doce e gentil Sakei, que sonha em conhecer o mar.

O filme conta um elenco de peso com o trio Shintaro Katsu, Ken Takakura e Meiko Kaji que estão perfeitos em seus respectivos papéis, principalmente o senhor Katsu no personagem malandro que tem sempre algum plano mirabolante para conseguir dinheiro fácil. Já a senhora Kaji interpreta aqui uma das personagens mais doces e gentis que já vi, a jovem Saeki que é bastante infantil em suas ações e tem sonhos simples, como conhecer o mar. A cena em especial que ela finalmente chega à praia é de uma ternura tão plena que nos faz sorrir com a personagem. Mais uma excelente atuação da senhora Kaji numa personagem que não traz nenhum resquício da personalidade de seus trabalhos anteriores. Digna de aplausos!

Em The Homeless, o diretor Koichi Saito prioriza planos abertos com lindas sequências de imagens na praia e no mar, contando com uma fotografia muito bonita nas cenas de pôr do sol, sendo um dos filmes visualmente mais agradáveis aos olhos da Toho nos anos 70. O trabalho de trilha sonora é bem feito, apesar de sentir falta da senhora Meiko Kaji cantando alguma música do longa assim como fez em outros filmes da mesma década. 

O desfecho em si de The Homeless faz mais a linha dos filmes japoneses da época em que a jornada em si é mais interessante do que seu encerramento trágico e amargo, algo que com certeza deve desagradar muitos espectadores. Caso não se incomode com isso, terá pela frente um “road movie” bem divertido e interessante com bons personagens e mais uma atuação esplêndida de Meiko Kaji que cativa o espectador logo nas primeiras cenas e que não fica nenhum um pouco atrás da atuação da Joanna Shimkus no filme original.

Algumas curiosidades adicionais acerca desse filme:

  • De acordo com o especialista em cinema japonês Tom Mes, o fracasso deste filme nas bilheterias marcou o fim da era das estrelas produzindo seus próprios filmes. Ele também indica que a baixa bilheteria desse filme pode ser parte do motivo pelo qual Meiko Kaji se dedicou principalmente à televisão depois e por que, quando ela apareceu no cinema, foi principalmente em papéis coadjuvantes.
  • Na cena de nudez da Meiko Kaji neste filme é um dublê de corpo. Neste ponto de sua carreira, ela decidiu que não iria mais fazer cenas de nu.

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