MB Review: Batman – Gárgula de Gotham #1

Numa Gotham onde a desigualdade social e a miséria imperam, um Batman determinado a cumprir o juramento de proteger a sua cidade, se encontra decidido a matar sua maior fraqueza, Bruce Wayne. Mas a maior ameaça a Gotham está escondida numa trama totalmente diferente do que estamos acostumados. Confira nossa análise de Batman Gárgula de Gotham Volume 1, da editora Panini.

Gotham sempre foi a cidade mais gótica, dark e mais perigosa do universo DC. E seu protetor é um dos personagens mais sombrios e complexos dos quadrinhos, Batman. Miséria, pobreza e crimes para todos os lados, Gotham se mostra uma cidade implacável para os mais pobres e um luxo para os ricos. Para proteger a sua população, Batman está disposto a tudo, inclusive a apagar sua outra vida, ou seja, a vida do mega milionário Bruce Wayne.

Mas antes de decretar a morte de Bruce, ele precisa resolver uma série de crimes. Suas investigações acabam levando a um vilão novo e implacável, Crytoon. Como proteger Gotham, lidar com esse vilão e ainda planejar a perda da sua humanidade? Essas são as perguntas a serem respondidas pelo nosso herói nessa série surpreendente. A série ganhou destaque por ser produzida por dois brasileiros. Arte e história de Rafael Grampá (Mesmo Delivery, Cavaleiro Das Trevas: A Criança Dourada e BRZRKR) e cores de Mat Lopes (Supergirl Mulher do Amanhã, Thor, Universo de Sandman). Ela foi lançada simultaneamente nos EUA e no Brasil, no Batman Day de 2023.

A história mostra uma Gotham dura e sem esperança, com um justiceiro em dúvida sobre seu próprio desempenho. A narrativa é pesada, mas prende o leitor do início ao fim, mesmo sendo introdutória e de apresentação dos personagens. O Crytoon é um vilão interessante e marcante, sua história é algo bem trabalhado neste primeiro volume. O autor se baseou no palhaço Pierrot, mas fez modificações para não lembrar o Coringa. E funcionou muito bem por bater de frente com o Cavaleiro das Trevas, se tornando o centro das atenções.

A arte lembra muito a de Frank Miller. O Batman lembra muito o Femto/Griffith de Berserk, inclusive na parte de sua personalidade, na ambição e na linha tênue a não ser passada pelo Cavaleiro das Trevas e extrapolada, como foi pelo vilão da obra de Kentaro Miura. Outro ponto de destaque são os easter eggs que o autor deixa sempre com uma mensagem que complementa a história. As cores também são outro ponto a ser destacado: tira o ar dark de Gotham e deixa a cidade mais miserável e árida. Isso deixa a obra muito adulta, acompanhando a proposta do autor, tornando-se uma história densa.

Batman Gárgula de Gotham aproveita muitos elementos existentes no universo do personagem e acrescenta tons mais realistas com uma certa crueldade, criando um ponto de vista diferente e bem tenso, com um plot-twist interessante ao seu final que cria expectativa ao próximo volume. Se a história se tornará incrível, ainda é cedo para dizer, mas tem um potencial imenso se o autor manter a mesma qualidade deste primeiro volume. Esperando o volume 2, previsto para novembro.

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