MB Review: Sangatsu no Lion #1

Sangatsu no Lion (March Comes in Like a Lion) é um mangá escrito e ilustrado por Chica Umino, que cativou uma ampla base de fãs e recebeu elogios por sua abordagem de temas profundos e complexos. Nessa resenha vamos explorar os pontos presentes na obra e como a narrativa e seus personagens são inesquecíveis quando você entra em contato com a ela!

A HISTÓRIA DO MANGÁ

A história segue Rei Kiriyama, uma das poucas elites no mundo do shogi. Ainda no ensino médio, Rei alcançou o status de jogador profissional e, por isso, enfrenta uma enorme pressão, tanto da comunidade shogi quanto de sua família adotiva. 

Quando mais novo, perdeu seus pais e sua irmã em um acidente, fazendo com que Rei tentasse uma vida nova. 

Buscando a independência de sua vida tensa em uma casa com sua nova família adotiva, ele se muda para um apartamento em Tóquio. Como um jovem de 17 anos vivendo sozinho, Rei tende a cuidar mal de si mesmo, e sua personalidade reclusa o distancia de seus colegas na escola e no shogi. 

Quando Rei conhece Akari, Hinata e Momo Kawamoto, sua vida começa a mudar. Enquanto luta para se manter física e mentalmente ao longo de sua carreira de shogi, Rei deve aprender a interagir com os outros e entender suas complexas emoções.

QUANDO A EMOÇÃO FALA MAIS ALTO

A história consegue se aprofundar de forma significativa em temas recorrentes que cercam o nosso protagonista. Sangatsu no Lion mergulha nas profundezas da solidão, explorando como ela afeta a vida do protagonista, Rei Kiriyama, e de outros personagens. A obra então nos mostra como a conexão humana se torna importante para o conforto emocional, além da empatia e do apoio emocional na superação da solidão vivida por Rei.

O mangá também retrata a jornada de Rei para superar traumas passados e encontrar a cura psicológica tanto explorada nessa obra, seja por metáforas de shogi ou por cenas intensas. 

Para Kiriyama, suas sombras e demônios passados voltavam com frequência para sua mente. A culpa pela morte de sua família era recorrente e não havia ninguém com quem ele pudesse contar ou desabafar. Porém, um fato é: Rei não queria depender de ninguém. E são pequenos pontos que vários leitores podem se identificar, muitos de nós agimos assim também.

É ao longo da história que se percebe que ele acredita estar fazendo o certo ao se isolar dos demais. Achava que poderia ser independente, que poderia ajudar os outros também. Porém, é nítido observar seu sofrimento o tempo todo.

É possível observar também temas como abuso emocional, negligência e as repercussões dessas experiências na vida de uma pessoa. Através dos desafios enfrentados pelo protagonista, Rei também sai em busca de sua identidade e propósito na vida. Através dos altos e baixos de sua jornada, o mangá nos lembra que a autodescoberta é um processo contínuo e que cada indivíduo possui sua própria jornada de crescimento pessoal.

Sem contar que são a partir dessas experiências e emoções postas à prova, que nossos personagens se tornam complexos e consegue ter um desenvolvimento envolvente. O protagonista é retratado de forma complexa, com suas fraquezas, inseguranças e traumas. Já, para os personagens secundários, cada um deles possui suas próprias histórias e desafios, contribuindo para a riqueza da narrativa e para a exploração dos temas abordados. Rei encontrou refúgio em uma família humilde com três irmãs que o acolheu de braços abertos para aceitá-lo como ele é.

Com um novo ambiente familiar, Rei conseguiu dar uma elevada na sua vida, pensando mais tanto em si, como nas pessoas à sua volta. Ele pode, então, se sentir amado mais uma vez. Sem contar que com sua nova família, Rei voltou a sentir o real significado do que era ser importante para alguém e amar novamente.

É fácil se deixar levar pela construção da história, pela sua narrativa que equilibra momentos de tensão com intensa emoção e reflexões de cenas leves e cômicas. Essa mistura de tonalidades mantém os leitores engajados e interessados na história. Sem contar com a arte linda de Chica! Seu estilo artístico transmite com maestria emoções e pensamentos dos personagens. As expressões faciais detalhadas e as composições visuais ajudam a aprofundar a compreensão dos sentimentos e das experiências dos personagens.

Por fim, saibam que existe grande diferença entre ser solitário e querer ser solitário e a história nos reflete isso muito bem. É uma história sensível e emocionante.

Se você se interessa por histórias cotidianas e com uma pitada de lição de moral, saiba que esse mangá vale a pena ser colecionado!

A história está sendo publicada pela editora JBC e está em andamento com 16 volumes no Japão.

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