MB Review : Galo de Briga #1

Um herói que se rende aos prazeres e ao dinheiro que só a fama pode trazer, acaba se envolvendo numa trama que pode acabar com a reputação construída por séculos. Confira a nossa análise de Galo de Briga, o primeiro título do selo Poseidon, da Faro Editorial.

Galo de Briga é a alcunha de um herói desconhecido que luta contra o crime urbano por séculos. Por causa de sua coragem e força, ele atrai a curiosidade e fãs por onde passa. Ambicioso e narcisista, o atual responsável pelo manto, além de combater o crime, resolve ganhar uma grana com a marca do herói.

Mas ao fazer isso, ele coloca em superexposição a sua equipe e família. E para os heróis, isso pode ser arriscado, pois a qualquer momento alguém com más intenções pode atingir alguém querido. E isso ocorre quando o destemido herói volta para casa para combater o crime em frente à TV. Os principais vilões, liderados por uma pessoa muito sinistra, estão dispostos a acabar com o herói. Não matá-lo, e sim algo muito pior.

Galo de Briga é uma homenagem ao que chamamos de Era de Ouro dos Quadrinhos (1938 a 1956). Essa denominação surgiu por conta das revistas em quadrinhos nos Estados Unidos. Entre as principais características estão os heróis mascarados enfrentando crimes urbanos e gângsters. As características estão mantidas num roteiro não muito bem detalhado, mas com uma mensagem interessante e óbvia. Não é porque você luta pela justiça, que você é imortal, não tem defeitos e pontos fracos. A ação desenfreada é o ponto forte da obra, com elementos dos filmes do gênero dos anos 80.

A obra foi produzida por Mark Pellegrini e Mitch Breitweiser, através do projeto de crowdfunding. Entretanto, a dupla é conhecida pelo seu posicionamento conservador e por serem apoiadores do governo Trump. Muitas obras, principalmente de Pellegrini, são de conteúdo conservador e por muitas vezes sexualizado. O que não acontece muito com Galo de Briga. A arte de Breitweiser é bem caricata, como nos anos de ouro, com personagens musculosos e cores frias remetendo àquela época. As faces não são o foco e sim as cenas de ação. Lembrando o início de heróis consagrados como Batman e Superman.

Com um final em aberto depois de tanta ação, Galo de Briga é uma homenagem um pouco distorcida para a realidade da famosa Era de Ouro. Com uma mensagem que não deve agradar a todos, mas dá uma ótica diferente de “heroísmo” para o leitor. 

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