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MB Review: GON #3 e #4

Pela primeira vez, temos a publicação de GON finalizada no Brasil. Os volumes anteriores foram muito divertidos. Será que as duas últimas edições mantém o nível? 

O volume 3 é o que tem menos histórias se comparado aos anteriores. Isso acontece porque essa edição tem um conto bem longo, onde Gon vai parar no subsolo junto com o roedor e um lobo. Essa história em específico é basicamente um shounen de luta, com direito a vilão, combates, força da amizade, esforço e vitória. Tudo com aquele traço extremamente bem trabalhado.

Esse conto só reforça como o autor, Masashi Tanaka, é genial. Criar uma narrativa sem diálogos, com ação, e mesmo assim fazer com que o leitor compreenda tudo que está acontecendo, não é para qualquer artista. As outras histórias do volume também são divertidas. Já o quarto e último volume é mais variado, assim como os volumes 1 e 2, e encerra a coleção de forma simples, mas bem feita.

Uma trama neste volume onde Gon ajuda um elefante perto da morte a encontrar seu local de descanso final, chega a ser emocionante. Eu não sei se foi proposital para deixar as coisas menos “poluídas” visualmente, mas nessa história e na anterior achei a arte mais fraca. Temos também as histórias onde Gon ajuda a criar um passarinho, uma em que ele passa por um treinamento com um orangotango gigante e outra onde ele e vários animais tentam obter mel sendo obrigados a enfrentar um enxame de abelhas. 

Gon é desprezível. Ele não respeita a cadeia alimentar nem a forma com que a natureza funciona, subjugando a todos com sua força absurda. Mas muitas vezes também ajuda os outros. É um personagem estranho, sendo repugnante e carismático ao mesmo tempo. Como um quadrinho, GON é genial. Masashi Tanaka tem uma narrativa excepcional, com umas das artes mais belas que já vi e com tramas leves e divertidas. Recomendo muito!

Esse é o tipo de mangá adequado para todos. Qualquer pessoa, em qualquer idade, pode ler GON e se divertir. A edição brasileira também é excelente, o único ponto negativo é o preço, que acaba não sendo tão convidativo e evita que potenciais leitores deem uma chance à obra. 

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