MB Review: Mushishi #1

Após muitos anos de pedidos à várias editoras, Mushishi finalmente chega ao Brasil em uma ótima edição pela NewPop. A história de Ginko, o Mushishi, é sublime e encantadora. 

Escrito e ilustrado por Yuki Urushibara e publicado originalmente entre 1999 e 2008 na revista Afternoon, “Mushishi” completou-se em 10 volumes, que serão compilados em apenas 5 na edição publicada pela NewPop. A edição brasileira custa R$89,90 a preço de capa, contando com papel offset de boa gramatura, páginas coloridas e orelhas, além do miolo colado e costurado. 

No universo retratado na obra, existem os “Mushis”, que são definidos como “seres primordiais”, ou como “as formas mais básicas de vida”. São seres que não possuem formato ou definição específica, transitando entre o mundo real e espiritual, muitas vezes agindo como plantas, entidades ou parasitas. O protagonista, Ginko, é um Mushishi, ou seja, ele consegue enxergar esses seres e seu trabalho é lidar com os fenômenos causados por eles. A série segue uma linearidade contínua, mas em cada capítulo vemos Ginko desvendando um caso diferente.

O desenrolar da história é algo muito interessante, já que Urushibara atribui aos Mushis muitas características  tanto naturais quanto sobrenaturais, e esse seres acabam por interferir na vida dos humanos, resultando muitas vezes em dramas intensos, como um homem que começou a sofrer “premonições” por causa de um Mushi e isso quase ocasionou a destruição de sua vila. Segundo a autora, os Mushis são baseados em lendas antigas e no folclore japonês, mas notei também alguma influência do xintoísmo, religião originária do Japão que considera divindades certos elementos da natureza.

Ainda sabemos pouco sobre Ginko, que é um personagem bastante misterioso, mas também muito carismático. O conhecimento que ele tem como mushishi e as técnicas que ele utiliza são muito satisfatórias de serem vistas. Sinto que cada história tem alguma mensagem a ser passada e que a cada vez que ler, irá captar uma nuance diferente. Esse primeiro volume me agradou muito e pretendo continuar a coleção. 

Penso, no entanto, que Mushishi talvez não seja uma leitura para todos, devido ao seu ritmo e temática. Mas se você procura uma coisa com uma narrativa diferente, mais reflexiva e com uma arte pra lá de agradável, vai fundo.

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