MB Review: Esquadrão Secreto Gorenger

Shotaro Ishinomori é um dos maiores nomes dos mangás. Não à toa, já que ele contribuiu de diversas maneiras para que a cultura pop japonesa fosse da forma que é hoje, inclusive na criação do Super Sentai, que ficaria mais conhecido no Ocidente pela franquia Power Rangers. 

Escrito e desenhado por Shotaro Ishinomori e lançado originalmente em 1975, o mangá foi publicado paralelamente à série de TV de mesmo nome. A série foi a primeira do que hoje conhecemos como “Super Sentai”, o gênero de tokusatsu no qual a série americana Power Rangers foi baseada. 

A publicação passou por duas revistas, a Weekly Shounen Sunday e a Shogaku Gonensei Magazine. Essa mudança influenciou diretamente na qualidade da história, mas vou falar sobre isso em breve. A edição da NewPop contém essas duas versões de Gorenger. 

Nas duas versões, os pilares da história são os mesmos. Existe uma organização chamada Exército da Cruz Negra, que age nas sombras para roubar informações confidenciais e segredos militares de uns países e vender a outros, causando guerras. Para combater essa organização, foi criada a EGL, uma aliança entre vários países. O Esquadrão Secreto Gorenger é resultado dessa aliança. Na primeira versão, a história, apesar de simples, é muito interessante. O autor coloca aspectos de espionagem, além de trabalhar muito bem as cenas de ação e os dramas pessoais de alguns personagens. Elementos políticos também estão presentes. É notório que Ishinomori quis dar um ar mais adulto ao mangá, e funcionou. É realmente muito legal.

Já a versão da Shogaku Gonensei Magazine infelizmente é fraquíssima. As histórias têm um tom cômico, com zero desenvolvimento e foco nos personagens. A impressão é que fizeram Ishinomori mudar os roteiros para deixar o mangá mais similar à série de TV, mas o resultado não foi bom. Os vilões são sem graça e as cenas de ação piores ainda. 

Preciso dizer que o trabalho que a editora faz, recuperando obras clássicas de autores importantes, é muito louvável. A qualidade da edição também é bastante competente. Se o mangá continuasse no ritmo inicial, seria uma obra fantástica, mas ela desperdiça o seu potencial. 

Mesmo com essas ressalvas, eu recomendo a obra principalmente por ser um marco na história dos tokusatsu e por seu valor histórico, já que é criação de um dos maiores mangakás de todos os tempos, que também foi a mente por trás de Kamen Rider.

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