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MB Review: Adeus, Eri

“Adeus, Eri”, obra de Tatsuki Fujimoto, é um volume único que nos leva a uma jornada intensa pela intersecção entre vida, morte e a força do cinema. Publicado pela editora Panini, o mangá começa com Yuuta, um jovem cineasta em potencial que, após a morte de sua mãe, se vê à beira de um abismo emocional. Em um instante de desespero, ele cruza com Eri, uma enigmática menina que se torna sua colaboradora na produção de um filme que parece registrar não apenas a essência da dor, mas também a complexidade dos relacionamentos humanos.

Fujimoto é um mestre em misturar realidade e ficção. A narrativa flui de maneira não linear, repleta de reviravoltas que já são marcas registradas do autor. A relação entre Yuuta e Eri é marcada por segredos, levando a uma reflexão sobre a memória e o desejo humano de ser lembrado.

A maneira como Yuuta equilibra sua dor pessoal com sua paixão pelo cinema é como o mangá brilha. O autor utiliza o filme que os protagonistas produzem como uma metáfora para unir os dois. Por uma narrativa que oscila entre momentos de ternura e desespero, “Adeus, Eri” explora a fragilidade da vida e a luta contra a inevitabilidade da morte.

Sobre a arte do mangá os paineis trazem familiaridades com quem já leu Chainsaw Man e Fire Punch, todavia, o autor utiliza da metalinguagem do cinema para transmitir uma experiência que se assemelha a um documentário. A estética é simples. A escolha de transmitir as cenas pela perspectiva de uma câmera imerge o leitor na criação do filme. Isso reforça a ideia de que a arte pode ser um escape e um reflexo da realidade.

No fim, “Adeus, Eri” não oferece respostas fáceis, mas convida o leitor a refletir sobre sua própria vida e as memórias que deseja preservar. A ambiguidade do final deixa espaço para interpretações únicas para cada pessoa que lê, promovendo uma discussão sobre a relação entre ficção e vida real. Tatsuki Fujimoto, para mim, reafirma seu status como um dos grandes autores contemporâneos, capaz de tocar o coração e desafiar a mente através de sua narrativa única.

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