MB Review: Lama Branco
Em “O Lama Branco”, acompanhamos a trajetória de Gabriel, um garoto branco criado em um vilarejo tibetano, que acaba sendo escolhido como a reencarnação do Grande Lama Mipam. Agora, ele precisa enfrentar as consequências de suas escolhas em uma intensa jornada de autoconhecimento.
Após uma visão catastrófica, o Grande Lama Mipam aceita sua própria morte para reencarnar em um novo corpo, levando consigo todo o conhecimento de sua tribo. No entanto, o que seu povo não esperava era que Mipam renascesse no corpo de um menino branco, Gabriel, filho de exploradores ocidentais.
Após a trágica morte de seus pais, Gabriel é acolhido por um casal tibetano que o cria como se fosse seu próprio filho. Sem saber que é a reencarnação do respeitado Mipam, ele embarca em uma jornada repleta de desafios e autodescobertas, na qual precisa decidir entre seguir o caminho de seus pais adotivos ou abraçar o destino que lhe foi traçado.
No entanto, sua existência coloca em risco os interesses de Migmar, o substituto de Mipam, que sucumbe à própria ganância e deseja manter-se no poder a qualquer custo. Seu desejo de liderança corrompida coloca em perigo tudo o que as gerações passadas construíram com tanto esforço.
Como toda obra de Jodorowsky, seus personagens entram em viagens filosóficas e cheias de metáforas e em ‘’O Lama Branco’’ não seria diferente. O autor trabalha com maestria o peso e as consequências dos atos de Gabriel até o fim do quadrinho.
Encarregado pela arte, George Bess consegue transmitir toda a viagem emocional que Jodorowsky coloca em seu roteiro. Outro ponto alto da obra é como Bess consegue desenhar os belíssimos cenários, utilizando as cores a seu favor, dando vida ao mundo que a obra está se passando.
“O Lama Branco” é uma experiência envolvente, que nos leva a refletir sobre o embate entre culturas, religiões e suas diferenças, e como esses conflitos podem resultar em caminhos desoladores.
A edição da editora Conrad está bem caprichada, seguindo o formato 21x28cm, contendo 228 páginas, impressas em papel couchê de boa gramatura, dando destaque à arte de George Bess. Outro ponto a ser elogiado é o cuidado da editora em incluir notas de rodapé para explicar termos específicos, auxiliando a compreensão da narrativa.
Mais uma vez, a Conrad acerta ao trazer ao público outra obra marcante da icônica dupla Jodorowsky e Bess.