MB Review: Haikyuu, acreditar e pular é o suficiente?
Eu adoro animes e mangás de esporte, especialmente de esportes de quadra, mas desde que Haikyuu foi lançado e caiu no hype, eu simplesmente ignorei a existência dele. Pensei que era alguma coisa relacionada ao meu anime favorito, pois veja bem: se você tem um namorade e outra pessoa tá te dando bola, você simplesmente ignora a pessoa e segue sua vida, né? Foi exatamente isso que eu fiz, e deu totalmente errado, por isso que eu estou escrevendo essa resenha agora!
Sinopse: Shouyou Hinata, ao ver uma partida de voleibol, fica fascinado com “o Pequeno Gigante”, um habilidoso jogador de vôlei, então decide juntar-se ao clube de vôlei de sua escola (no entanto ele é o único membro do clube). Após 3 anos ele finalmente completa o time e ruma para a disputa do Torneio de Primavera.
Quando eu vi que tinha sido A Escolhida para ler Haikyu em nome da Mangás Brasil, eu pensei: quais são as chances? E, levando em consideração que eu sei quantos colaboradores nós somos, eu posso dizer que eu sabia quais eram as chances e decidi ignorar elas até o fim. Fui cobrada por essa leitura e protelei várias vezes, até que chegou hoje, o dia da entrega, e eu simplesmente li Haikyuu numa única sentada antes de dormir ontem de noite. Isso é uma coisa boa? Veremos!
Esse é um mangá de vôlei, que conta não apenas a história de como o Hinata conseguiu realizar a empreitada de ter um time de vôlei completo e rumar para uma disputa oficial entre as prefeituras (cidades do Japão), mas também como que o maior rival dele se tornou o melhor companheiro de equipe que ele poderia ter. Se eu tivesse que resumir o primeiro volume do mangá em duas palavras, eu diria: interessante e fofo.
Durante o ensino médio eu era aquela garota que detestava as aulas de Educação Física, mas que ia bem quando entrava em quadra. Mesmo que isso me custasse boladas na cara, eu estava ali para vencer, vencer, vencer (e o hino do Flamengo começa a tocar…). Mesmo assim, nunca tive o menor interesse e muito menos a altura necessária para o vôlei, ou seja, não sabia absolutamente nada sobre isso, exceto o que eu decorava pras provas.
Aí entra a magia dos mangás de esporte, porque eles te explicam coisas de um jeito muito lúdico. E o jeito como o traço de Haikyu combina com toda a ação da história e toda a agitação que existe de verdade em uma quadra é simplesmente perfeito. Há alguns meses atrás eu reassisti Ping Pong: The Animation, o melhor anime de todos os tempos, absolutamente marcado no meu coração e na minha pele, e ouso falar que a história de Haikyu e toda a fluidez das cenas são tão boas quanto.
Lembro que assim que o anime saiu, eu assisti o primeiro episódio e fiquei tipo: ah, é chato igual vôlei de verdade né, então tá bom… e simplesmente desisti da história, mas agora, depois de ter lido muito mais adiante do que aquela primeira partida do Hinata e apesar de querer meter um muro em no mínimo três personagens, eu tenho uma visão totalmente diferente, tanto da história quanto do vôlei em si!
O começo da história acontece no Ensino Fundamental e se passam anos, ou uma virada de página, até que o Hinata consiga entrar num time de vôlei de verdade e trilhar o seu caminho. Em alguns momentos eu achei que as mudanças que aconteceram foram muito rushadas, mas talvez isso tenha mais a ver com a velocidade em que eu li do que com a história em si. Os protagonistas, aparentemente, são bem construídos, com personalidades únicas e eles claramente amam o que estão fazendo.
A forma como o Hinata não desiste do seu sonho, independente de tudo que falta pra ele, é inspiradora. Claro que, no mundo real, as coisas são muito mais complicadas do que pular de olhos fechados e confiar que alguém vai levantar a bola pra você, mas não é sobre isso. É sobre acreditar que os impulsos do seu corpo são o suficiente pra te levantar à altura adequada, é sobre acreditar em você e no seu próprio potencial.
Confesso que enquanto eu estava lendo, do alto dos meus 1,61 de altura cheguei a pensar: agora eu posso jogar vôlei, e é claro que eu não vou fazer isso, porque igual ao Hinata no começo, eu não tenho absolutamente nada, mas esse sentimento de uau, eu posso fazer isso e posso realizar uma coisa na qual eu nunca tinha pensado antes, é o suficiente para eu querer ver os meninos de Karasuno chegando ao final do Torneio de Primavera!
Inclusive, aquele negócio dos corvos que não voam tocou meu coração. Será que até o final de Haikyu eu vou ter mais uma tatuagem esportiva?
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Agradecimentos à editora JBC por ter cedido o mangá.