MB Review: Joy & Joy Second

Joy foi o primeiro romance boy love que eu li, e pra ser sincera, não me lembro exatamente quais foram as minhas motivações, mas lembro de ter começado a ler sem nenhuma expectativa, até que o sentimento de joy (alegria) tomou conta de mim durante a leitura. Aí eu fiquei com medo de ler o segundo volume!

Sinopse: O mangaká de histórias shoujo, Gô Okazaki, luta diariamente para criar histórias que emocionem as garotas. Ele trabalha duro junto com seu assistente, que também é um mangaká, Yusuke Akune. Certo dia, Gô se surpreende ao descobrir que Akune é gay e recebe sua primeira proposta para desenhar uma história BL. Para poder criar sua história, Gô faz de conta que “gosta do Akune”, mas passa a se interessar cada vez mais por ele…?

A primeira coisa que eu pensei quando comecei a ler esse mangá foi “ótimo, eu estou lendo um romance sobre mangakás que fingem estar interessados um pelo o outro só pra chorar depois” e eu chorei, porque eu choro por qualquer coisa, mas eu posso te garantir que não foi de tristeza.

Eu até queria contar como a história se desenrola, mas acho que é adequado fazer isso com Joy. Essa é uma história que toca quentinho no nosso coração e é assim porque é diferente e fora da curva. Nós vivemos em uma sociedade que, por mais que as pessoas se sintam cada vez mais seguras para saírem dos seus armários, ainda é homofóbica, nem que seja de forma velada. Na indústria do entretenimento, os amores gays sempre acabam mal e os amores lésbicos são escondidos – e com isso eu quero dizer que nem são divulgados pra gente poder saber se acabam mal ou não.

Mas em Joy não. Tudo começa com uma farsa, um projeto de pesquisa para escrever e desenhar uma história nova, e as coisas evoluem ao ponto que se tornam realidade, ao ponto de ter um volume dois que fala sobre a vida morando a dois. Para mim, isso é precioso demais. Joy também poderia muito bem ser só mais um romance fofinho de mãos dadas e felizes pra sempre, mas Etsuko teve a preocupação de dar profundidade aos personagens de forma que eles têm seus problemas, seus conflitos e o Go, talvez por ser um dos protagonistas, é muito precioso e eu queria guardar ele num potinho.

Eu não lembro de ter visto a classificação etária pra essa história, mas os protagonistas são homens adultos, então essa é uma história que envolve sexo. As cenas não são explícitas e isso, pelo menos pra mim, não é exatamente uma coisa importante, mas é muito interessante a forma como os personagens lidam com os conflitos relacionados a isso. 

Antes do Go e do Akune namorarem, o Akune estava envolvido numa espécie de amizade colorida com um cara chamado Hibiki. No começo, o fato dos dois trabalharem um na casa do outro acabou causando alguns constrangimentos, quando o Go aparecia sem avisar, por exemplo, e isso fez com que Hibiki o detestasse. Aí, quando o relacionamento dos dois começa, as coisas mudam. Go está preocupado com as restrições do Akune com relação ao sexo e o Hibiki acaba se dando conta de que não é apaixonado pelo Akune ou algo assim, mas que era uma coisa divertida e ele, na verdade, ama outra pessoa. No fim das contas, eles acabam encontrando uma boa amizade um no outro ao ponto do Go ajudar ele a resolver seus problemas amorosos e o consolar quando as coisas dão errado.

Além disso, as inseguranças do relacionamento também são retratadas de uma forma muito fofinha. O Go e o Akune são opostos: o Go lida com as coisas ficando triste e se isolando por achar que o problema de tudo é ele, já o Akune é carrancudo e não fala nada, tá tudo bem e é isso, ele engole os problemas e guarda pra ele mesmo. Podia ser assim pra sempre, mas a minha parte favorita dessa história é a forma como os personagens são humanos e evoluem de acordo com os sentimentos e os acontecimentos da vida deles.

Pra ser sincera, só existe uma coisa que eu não “gostei” na história e é o fato de que os personagens que se relacionaram com mulheres no passado são sempre tratados como “ué, tu nera hetero?”, como se não houvesse a menor possibilidade deles seram bissexuais ou panssexuais. Dentro da minha cabeça eu vou considerar que isso é um reflexo do Japão ser um país em que as pessoas são reservadas e a homossexualidade ainda ser um pouco de tabu por lá, mas fica aí a reflexão. Como também fica o questionamento: o Go tem depressão ou é só impressão minha?

De resto esse mangá é simplesmente perfeito e eu vou tatuar o Go no meu coração, é isso! Leiam essa história e depois me contem como ela aqueceu seu coração.

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