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MB HQ’s: Coleção Clássica Marvel – X-Men

Estamos aqui novamente dando continuidade as resenhas dessa coleção fantástica para quem quer ver as primeiras histórias dos super-heróis da Casa das Ideias.

Neste episódio, vamos falar de umas das equipes mais importantes de todos os tempos: Os X-men.

Os  X-men estrearam já com alguns heróis fazendo sucesso. O Quarteto Fantástico, Hulk e Homem Aranha já eram realidade e vendiam bem. A Marvel já crescia o suficiente para dar passos mais ousados, então foi encomendado à equipe criativa da editora, Stan Lee e Jack Kirby, dois projetos de equipes poderosas.

Foi definido que um dos projetos seguiria a linha de sucesso da Marvel, e o outro teria uma abordagem um pouco diferente. Então, a equipe de super-heróis que sofrem preconceito por terem poderes estranhos surgiu.

A ideia de pessoas terem poderes por nascerem com um problema genético tem muita influência sobre o debate científico daquela época, fonte de inspiração principalmente de Stan Lee. A equipe seria composta por pessoas com esse gene, e o nome estava definido: The Mutants. Mas o editor chefe, Martin Goodman, vetou a ideia por achar o termo Mutante de difícil compreensão aos leitores. 

A ideia então foi simplificar, mudando o nome do grupo para X-Men, um nome mais chamativo e de fácil compreensão, sendo o X do fator “Extra” que os heróis tinham em seus genes.

Então, em setembro de 1963, a Marvel lançou a primeira edição de uma equipe de adolescentes com poderes fantásticos liderados por um mutante que quer que os humanos e os mutantes convivam em paz.

A partir de agora, estaremos falando dos cinco primeiros volumes que fazem parte desse encadernado.

ALERTA DE SPOILER

X-Men começa de uma forma diferente das obras já citadas até o momento. Ela não tateou um formato e nem explicou muito a origem dos personagens. A história já começa com o Professor Charles Xavier convocando seus alunos, o líder Scott Summers (Ciclope), Henry ‘Hank’ McCoy (Fera), Robert ‘Bobby’ Drake (Homem Gelo) e Warren Kenneth Worthington III (Anjo) na mansão chamada Escola para Jovens Superdotados. Após uma pequena demonstração dos poderes de cada membro, chega a mais nova aluna “especial”, Jean Grey (na época chamada de Garota Marvel), e o grupo parte para enfrentar o seu primeiro inimigo, o eterno rival Magneto, que resolve usar seus poderes de manipular o magnetismo para invadir uma base militar.

Na edição 2, algumas características da mansão dos X-Men já aparecem como a Sala de treinamento dos mutantes. São contadas partes da personalidade de cada X-Men, como a seriedade do Ciclope, o narcisismo do  Anjo e a irresponsabilidade do Homem de Gelo. Vale ressaltar que Jean Gray, diferente de Sue Storm na revista do Quarteto Fantástico, tem uma personalidade independente e uma importância na equipe mais relevante. O vilão desta edição é o mutante Vanisher, que tem o poder de desaparecer, dando muito trabalho aos mutantes.

A terceira edição apresenta um outro vilão bem famoso da franquia, o esdrúxulo Blob, que não sabia o que era e se corrompe ao descobrir que é um Mutante. Blob era tratado como uma aberração por um circo e consegue convencer todos a atacarem a mansão dos X-Men. Ele tem o poder de ser super resistente a ponto de não ser ferido por tiros, além de uma super-força. Ele só é parado quando Xavier utiliza um amplificador de seus poderes ( um projeto do Cérebro) e altera a memória do vilão.

As duas últimas edições falam sobre um grupo que acaba sendo uma pedra no sapato dos nossos heróis, a Irmandade dos Mutantes. Esse grupo tem uma formação bem interessante, com Magneto como líder, Groxo (aquele mutante asqueroso que tem características de um sapo), Mestre Mental (um mutante que utiliza seu poder de hipnose para criar ilusões) e os famosos Pietro e Wanda Maximoff ( Mercúrio e Feiticeira Escarlate), dois mutantes gemêos salvos por Magneto de aldeões que acreditavam que Wanda era uma bruxa. Futuramente, ambos se revelariam filhos de Magneto. 

Durante a batalha, Charles Xavier é ferido e perde seus poderes, não podendo guiar seus estudantes em meio a batalha final. Além disso, os gêmeos Maximoff ficam em dúvidas se as intenções de seu líder são corretas, deixando o volume totalmente em aberto.

FIM DOS SPOILERS

A Marvel, como dito acima, foi lapidando os seus roteiros, que deixaram de ser “sensacionalistas” e passaram a conter uma narrativa mais sólida. Um exemplo visível é o fato de que três das primeiras cinco edições contam com Magneto, que seria um dos grandes vilões do X-Men. Porém, a narrativa está mais densa, com um grande número de diálogos, o que acaba cansando por muitas vezes. 

As batalhas, comparadas às demais revistas publicadas na época que foram lançadas nas edições anteriores da coleção, estão melhores, mas o grupo, na minha opinião, ainda está longe de ser carismático como o Quarteto ou o Homem Aranha. Ainda assim, o vilão Magneto já rouba a cena com sua filosofia distorcida.

A ideia da falta de convicção de Pietro e Wanda também acaba chamando a atenção, visto que não havia até o momento esse tipo de questionamento sobre o caminho trilhado. Esses pequenos elementos foram bem trabalhados nesses primeiros volumes.

Outro ponto que chama atenção nesta primeira fase é que os X-men ainda não sofrem o preconceito que foi vendido por serem diferentes. Não há medo deles. Na verdade, os humanos agem maravilhados como se fossem outros heróis com poderes divinos, cósmicos ou tecnológicos. O que, no primeiro momento, os tornam genéricos, principalmente comparado ao outro projeto lançado no mesmo ano, que estaremos falando em breve aqui.

A Panini já publicou essas histórias em diversos encadernados, tanto em formatos mais luxuosos quanto em outros mais simples e, como este início acaba não sendo tão impactante como a fase de Chris Claremont, comprar num formato mais simples, competente e com bom custo benefício para conhecer as origens talvez seja a opção mais viável. O que valoriza ainda mais esse formato da Coleção Clássica.

Finalizando, a origem da chamada “primeira geração de X-men” mostra como o formato Marvel daquela época começava a se saturar, mas ainda dava resultados impressionantes. O vilão Magneto e até mesmo o Blob roubam a cena mais que os heróis, que não são bem trabalhados. O resultado disso veio anos depois com o cancelamento da revista, voltando anos depois com um novo roteirista que trouxe uma guinada no destino dos mutantes, fazendo ser o carro chefe da Marvel por décadas e impactando no modo de encarar os quadrinhos.

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