MB Review: A Lanterna de Nix #3

É chegada a hora de dizer tchau. Então, vamos hoje conversar um pouco sobre o terceiro e último volume de A Lanterna de Nix, um mangá premiado não à toa, isso posso garantir.

Bem, pra quem acompanhou a leitura do último volume, viu que a obra teve uma ótima reviravolta, com a notícia de Miyo que recebeu um convite para trabalhar em Nova Iorque. Quando foi apresentado o convite no volume anterior, fiquei surpreso e excitado ao mesmo tempo, afinal, uma menina que chegou sem nem saber ler, aliás, sem saber de nada, recebeu uma proposta tão ilustre devido ao seu esforço. Eu fiquei imaginando se a trama, que já era muito boa se passando no Japão com boas pitadas de Momo em Paris, poderia ficar ainda melhor com o que pode acontecer em Nova Iorque, já que naquela época Nova Iorque borbulhava de novidades, ainda mais para uma curiosa jovem como Miyo. Mas será que foi isso mesmo? Veremos.

Miyo já está nos preparativos para sua nova jornada, entretanto, ela precisa aprender mais sobre a língua inglesa, já que ela praticou a gramática, mas não a fonética. Ela precisa praticar a conversação ainda no Japão e aperfeiçoar mais a língua, e como se não bastasse antes de ir à Nova Iorque ela vai ter uma parada em Paris, para treinar na filial daquela cidade, e, ver seu amado Momo, mesmo depois de ter recebido um fora dele.

Ela chega eufórica a cidade da luz, onde tudo acontece ao mesmo tempo e tem inúmeros novos sabores para experimentar, lugares e pessoas. A pessoa dela também não passa batida, afinal, é uma autêntica japonesa que consegue misturar muito bem seu estilo de vestimenta entra suas peças tradicionais e estilo europeu. Chama bastante atenção onde passa, também por conta do seu sotaque, afim de aprender a falar também o francês. Entretanto, Miyo tem que focar em seu objetivo, que é aprender mais sobre as vendas e ser treinada por nada mais nada menos que Kurokawa, sim, o também japonês funcionário da loja que é rival de Momo, tanto nos negócios, quanto no amor, já que ele também quer o coração de Judith, mas de uma forma diferente, pois seu coração é um caos.

Falando sobre Momo e Judith, ainda temos uma questão em aberto com a Judith, sua amada cheia de luxos, que está internada com tuberculose. Naquela época, uma doença contagiosa e quase mortal, e você fica na incerteza e particularmente, falando de mim, fico ansioso para saber se o quadro de Judith vai apresentar uma melhora e tão importante quanto se os amigos de infância vão conseguir ficar juntos.

Falando um pouco mais sobre Judith, é muito importante saber o passado dela e entender os motivos de sua desconfiança com todos, sua tristeza profunda, a ausência na vontade de viver. São traumas, abusos, agressões, que Kan Takahama faz questão de apresentar todos os fatos ao leitor, para que todos que tenham contato com a obra não achem que se trata de uma pessoa mimada ou com birra, pois foram feridas profundas causadas por toda a sua vida que ceifaram a alegria de viver de Judith. Quem a vê, a julga por sua forma ‘fácil’ de ganhar dinheiro, mas não faz ideia de toda sua dor. É aquele velho ditado que nunca cai de desuso, ‘não julgue o livro pela capa’.

Fiquei a todo tempo ansioso aguardando a visita de Miyo à Nova Iorque, já que esperava um novo mundo e, como dito, será que a autora encerraria o mangá no terceiro volume com um leque em aberto para o novo continente? Pois é, não rolou, o desenrolar do restante da história assim como no volume anterior foi inteirinho em Paris e Nagasaki. Chegava próximo ao fim da obra e ficava aflito atrás da minha linda narrativa de Nova Iorque e ela não chegava, até que nos últimos capítulos me dei por conta de que realmente não ia acontecer, não tinham folhas suficientes sobrando para isso, foi frustrante, mas bem, já estávamos quase ao fim, segui em frente obviamente.

Já no final da obra, a autora traz de volta aquela velhinha que é Miyo contando sua história de vida para sua neta, em meio a impiedosa Segunda Guerra Mundial. Eu já tinha até esquecido disso, foram tantos momentos maravilhosos -inclusive no volume 3- que já tinha esquecido que tudo começou com uma senhora junto de sua neta em um abrigo temendo por suas vidas. De volta àquele presente, nossa velha Miyo apresenta ao leitor os motivos da ausência sobre a história de sua vida em Nova Iorque, se posso dizer em uma palavra é ‘monotonia’, depois de Miyo apresentar o motivo para não ter contado mais sobre, pelo menos eu, já em fase adulta, passo a refletir sobre o que foi dito por ela. O tempo não para, temos um prazo para estarmos onde estamos e cada minuto que se passa, esse prazo vai chegando próximo a zero.

A obra como um todo, vale a pena?

Oh, se vale! É uma montanha russa de sensações, de calmaria, de ansiedade, de sorrisos e tristezas. É uma obra riquíssima, que a cada fim de capítulo traz uma curiosidade, o que nos mostra, como já disse, que teve uma pesquisa árdua por parte da autora, além de seu amor por antiguidades daquela Belle Époque. O último volume conta com um posfácio onde tudo isso é confirmado, dos motivos do início da sua obra, até da pretensão em mostrar uma cena histórica muito conhecida na última página do mangá.

Miyo, uma jovem órfã que chegou sem nada e conquistou muitas coisas, inclusive meu coração, num mangá que, apesar de compilar 2 volumes em cada exemplar, eu não conseguia me conter, cada volume só durava 3 leituras, pois existe uma grande ansiedade de ler o que vem a seguir (principalmente um certo acontecimento neste último volume).

A editora fez um excelente trabalho em trazer uma obra talvez não tão conhecida para os leitores num geral, mas que com certeza merece seu espaço, então, se você é um curioso de modo geral, essa obra é para você, agradeço demais a Editora Pipoca & Nanquim por nos ceder essa obra tão divertida e reflexiva.

Caso você ainda não tenha essa belezura em sua prateleira, adquira já a obra clicando aqui, obrigado e um até breve. Agradecimentos à editora Pipoca e Nanquim pelo volume cedido.

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