MB Review: Astra Lost in Space #5 – É o fim da aventura humana na Terra

É amigos, os melhores perfumes estão nos menores frascos e com Astra Lost in Space não foi diferente. Eu pensava que seria apenas mais uma aventura de jovens perdidos no espaço na busca para encontrar um impostor e retornar para sua família. Que nada. Os 2 últimos volumes da obra foram surpreendentemente incríveis, nada perfeito, mas saiu para uma linha totalmente diferente do que eu imaginava e dou meus parabéns para Kenta Shinohara. Então, vamos para nossa última parada de Galem até Astra. Fique esperto que daqui pra frente tem spoiler e, se você não quiser tomá-los, recomendo que leia a obra completa.

Então, o que aconteceu no volume 5 e que vou revelar agora foi o ponto que destoa totalmente de como o mangá seguia em sua trama até a metade do volume 4. Como disse na análise anterior, saiu da curva de ‘jovens aventureiros perdidos no espaço’, já que eles descobriram quem foi o mandante de sua viagem para uma singela distância de cinco mil anos-luz: seus próprios pais. Isso aí, você não leu errado, os próprios pais dos tripulantes da nave Astra os enviaram para o espaço. 

No começo da obra você percebe que todos (exceto a mãe de Aries) são pessoas relevantes em seus meios de atuação, tal qual estes se reuniram e criaram clones (os tripulantes) e eles serviriam de recipiente para um transplante de memória, um estudo do pai de Zack. Entretanto, para esse transplante, seria necessário que os corpos fossem totalmente compatíveis, daí vem o clone.

Então os ‘pais’ da tripulação resolvem se livrar dos garotos enviando-os para bem longe, pois a clonagem foi proibida e quem era suspeito de ser clonado tinha seus DNA colhido mesmo que após sua morte, então enviar todos para uma morte nessa gigante distância não deixaria rastros.

Como se não bastasse todo esse enrolar e o choque de descobrir de que seus pais não são seus pais, a mulher que estava em hibernação, Polina, ficou em choque – eu também fiquei – ao descobrir que aquele planeta não tinha os mesmos continentes que a Terra, como África, Ásia…

Os viajantes, em direção ao seu novo destino, começam a debater sobre qual foi o destino da Terra e sobre a história do planeta Astra, mas existem muitas pontas soltas e elas não batem. Na época em que Polina esteve na Terra, o planeta estava prestes a sofrer uma tragédia, e então conseguiram construir um equipamento que seria capaz de fazer o transporte para a busca de um novo lar. Essa história não existe em Astra, o que faz você realmente crer que o povo de Astra são alienígenas (ou o contrário, se preferir).

Até que eles chegam em Galem, o último planeta antes de ir seguir até a Terra, e resolvem deixar o assunto de lado por hora para fazer a exploração do planeta, colher suprimentos para sua última viagem, assim como nos demais poucos. Entretanto, Kanata fica com a pulga atrás da orelha ‘e o matador?’, sim, o impostor que estava esquecido devido aos acontecimentos do volume passado volta à tona na mente de Kanata, mas ele acha improvável o ataque devido a grande família que ele formou naquela nave. Mas Kanata se engana, ele fora atacado por aquela mesma bola gigante e brilhante do volume 1 que enviou toda a tripulação para os cinco mil anos-luz, porém o impostor falha ao perceber que Kanata encontra Aries (existe um motivo para ele não ter atacado Aries que é explicado posteriormente).

Após o ressurgimento do impostor, Kanata resolve armar uma emboscada para ele e finalmente o encontra, rolou toda uma discussão dos tripulantes incrédulos de que aquela pessoa era o impostor, e eu realmente não fazia ideia que fosse aquela pessoa. Um drama, que depois de um bate-boca, o impostor resolve se suicidar já que ele não se importa mais com sua vida. E rola aquele roteiro meio clichê que vemos em algumas obras que particularmente me incomoda bastante de ‘’O protagonista precisa salvar todo mundo, até seu ‘inimigo’ mesmo que para isso ele arrisque sua própria vida.’’

E, honestamente, isso me deixou um pouco decepcionado de início, pois quando achamos um culpado queremos é ver cabeças rolando, meus caros, e é esse tipo de coisa que já me fez dropar de uma ou duas obras, afinal, o mundo não é perfeito pra salvar todos e quem é culpado tem de ser castigado.

Enfim, o impostor não morre, mas Kanata paga um preço bem alto por isso. Porém, o autor resolve contornar toda essa situação decepcionante do impostor de uma forma muito interessante, o impostor resolve voltar para a Terra junto com os demais tripulantes e ele é a peça chave, já que é herdeiro do segredo sobre a Terra e o planeta Astra. Sendo assim, ele conta tudo o que aconteceu entre os planetas e é muito interessante cada detalhe e te faz pensar “e se isso acontecesse realmente com nosso planeta azul?’’. O que o impostor nos conta é tão cativante que a questão do bioma e particularidades do planeta Galem são deixadas totalmente de lado, isso sim é um mérito para o autor, ele resolveu não ficar nas mesmice dos volumes anteriores, afinal, ninguém queria saber muito sobre o planeta Galem, eu queria saber quem era o impostor e dos segredos por trás dos 2 planetas.

Até que toda a história sobre os planetas é contada e eles finalmente alcançam seu objetivo final – nesta última frase tem muita, mas muita coisa pra rolar que faz sua cabeça explodir, mas não vou me aprofundar pois a cereja do bolo está a partir daqui -.

Sobre o final da obra

É um final fechado, e o autor dedica um capítulo inteiro para esse final, logo, não existe a possibilidade de uma continuação. Os shipp se concretizam, os tripulantes da Astra têm um futuro e a obra fecha de uma forma nada trágica, muito pelo contrário. Ademais, Astra Lost in Space foi uma aventura muito interessante, que vale a pena os 3 primeiros volumes, mas os volumes 4 e 5 são um nível muito acima, diferente de algumas obras que decaem ao final, ou quando o autor sequer sabe que final vai dar a obra. Parece que Shinohara sabia exatamente o que estava fazendo desde o início da obra para chegar no clímax final. Recomendo muito essa aventura, é curta e já finalizada que, como já disse algumas vezes, é um ponto muito positivo, já que você pode comprar todos de uma vez, ou comprando aos poucos e brevemente vai ter toda a obra na sua coleção.

Sobre o exemplar

O exemplar que nos foi cedido pela Editora Devir segue o mesmo padrão e brindes desde o volume 3. Formato tanko, sobrecapa e uma cartelinha de adesivos. Porém, o último volume tem cerca de 80 páginas a mais que os volumes anteriores, cada página a mais é necessária para a história ser completa, assim sendo o preço de capa é o mesmo do volume 4, R$30 e constantemente pode ser encontrado em promoção na Amazon. Caso tenha interesse, você pode adquirir a obra clicando aqui. Agradeço a gentileza da Editora Devir em nos enviar todos os volumes para análise.

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