MB Review: Black Clover #1: Destinado a (não) desistir
Black Clover dispensa apresentações. O mangá, que já é bem consolidado na demografia Shōnen (mangás cujo público alvo são jovens garotos), chegou no Brasil com uma enorme popularidade. Boa parte dela se deu por conta da sua animação, que fixou ainda mais seu estilo após o boom de Naruto Shippuuden aqui nas terras brasileiras, mas algo que pouco se comenta é sobre a narrativa de Black Cover que, a propósito, recentemente teve a reimpressão do seu primeiro volume. O que me leva ao questionamento: o quão agradável o clichê pode ser?
– A Narrativa
Falando sobre a obra, “Black Clover” é um mangá escrito e ilustrado por Yūki Tabata e publicado semanalmente na revista “Weekly Shōnen Jump”. No Brasil, a obra é licenciada pela editora Panini e conta a história sobre um mundo onde magia é tudo, e Asta é um garoto que, mesmo incapaz de utilizá-la, almeja o posto de “Rei Mago”, o maior entre os magos, a fim de provar sua força e cumprir a promessa que fez com seu amigo Yuno, que também sonha em alcançar esse posto, porém o que o universo preparou pra esses jovens?
A trama da obra nesse primeiro volume serve como apresentação do universo e familiaridade com o personagem principal, Asta, junto ao seu ideal e dificuldades. A obra firma uma relação,pelo menos nesse primeiro momento, de compaixão e afeto pelo protagonista, o que é um grande acerto, afinal utilizar da deficiência social como atributo pra superação de forma mal utilizada pode ser um tiro no pé, o que é totalmente o contrário do que ocorre nesse momento. Mesmo sem magia, a obra entrega uma forma de superação ao personagem que está no seu físico e sua força, o que evita o sentimento de personagem “frívolo”.
Além disso, a obra ainda consegue ter tempo de apresentar uma relação bem estruturada com personagens que futuramente serão bem importantes para toda a narrativa em si. O rival e amigo de infância do Asta, Yuno, não serve somente para o clichê de pontapé para o crescimento do protagonista, mas muitas vezes ainda é a voz da razão e família na obra. Além disso, somos apresentados a toda a ambientação “mágica” e medieval que faz com que guildas e fundações militares sejam mostradas como forma de clímax para algo bem maior no futuro, deixando muito bem o gostinho de quero mais, além de claro, bastantes personagens carismáticos!
– A estética
Algo que acho bem estilizado e belo é a arte de Black Clover. O mangá, mesmo tendo um padrão de serialização semanal, na maior revista de comics do mundo onde cronogramas e padrões seguem a risca, ainda consegue entregar ótimos quadros e belos painéis, passando bem o ar sujo, triste, e desesperançoso de uma sociedade medieval coberta pelo medo, a esperança na magia e o olhar para um mundo melhor. Todas essas sensações conseguem ser transmitidas em apenas alguns painéis do autor.
– Vale a pena?
Black Clover cumpre bem seu papel como Shōnen nesse primeiro volume e isso é um ótimo acerto. Ele consegue, de forma graciosa, entreter com elementos de ação e mesmo com a narrativa simples, ela demonstra que o clichê sendo bem feito ainda consegue entregar uma boa história. A superação e determinação do personagem nesse primeiro volume é louvável e existe toda uma caracterização social, sobre estigmas que futuramente serão levantados de forma graciosa. Com certeza vale a leitura!