MB Review: The Seven Deadly Sins – Seven Days
The Seven Deadly Sins é um fenômeno que iniciou com a adaptação em anime no ano de 2015, ganhando grande notoriedade e arrebatando fãs até hoje. Seu grande sucesso levou a produção de diversos spin-offs, e o tema dessa singela resenha é um deles. The Seven Deadly Sins Seven Days – Thief and the Holy Girl foi publicado pela JBC e em seus dois tankos nos apresenta como foi o primeiro encontro entre Ban e Elaine, personagens da série principal, adicionando mais camadas a relação dos personagens, a origem dos poderes de Ban e elementos importante da história.
Gostaria de começar ressaltando que não sou o maior fã de The Seven Deadly Sins. Particularmente sou um dos que conheceu a obra através do animes, até cheguei a comprar alguns volumes pela JBC e, embora tenha curtido muito o seu início, acabei desgostando do seu desenrolar, mas caso se perguntem por que estou aqui escrevendo esse pequeno texto, certamente o universo não é algo que eu consiga desgostar.
The Seven Deadly Sins – Thief and the Holy Girl teve sua primeira publicação como light novel no ano de 2016, a autoria é de Nakaba Susuki e recebeu uma adaptação em mangá, versão publicada no Brasil. O roteiro é de Mamoru Iwasa e o desenho ficou por conta de Yõ Kokukuji, foi publicado na Shõnen Magazine Edge, cuja demografia é shounen. A obra finalizou com seus 2 tankos, mantendo esse número de volumes na publicação nacional.
SOBRE A EDIÇÃO
A edição nacional foi publicada em 2020 pela JBC, o formato segue o padrão da editora 13,5 x 20,5 cm, com miolo em jornal e capa cartão, seu preço sugerido é de R$22,90. A coleção ainda pode ser encontrada com certa facilidade, o miolo da publicação, que pode ser um ponto de dúvida, já que a publicação é em jornal, está longe de ser ruim, é uma edição competente mas que tem por objetivo ser simples e barata.
A HISTÓRIA
Sinopse: O prelúdio oficial de The Seven Deadly Sins. Ban é um jovem ladrão oportunista, atraído para a Floresta do Rei das Fadas pelo boato de que possui o tesouro mais esplêndido e inestimável de todos: a Fonte da Vida. Mas quando ele conhece a Santa da Fonte, uma jovem fada chamada Elaine que protege o tesouro há 700 anos, tudo muda. Assim começa a história do romance predestinado entre Ban e Elaine, de The Seven Deadly Sins!
A história tem como base o passado de Ban e Elaine. Ban é um dos personagens mais carismáticos da série e, sendo um spin-off, é válido dizer que seus acontecimentos têm impacto na série principal, a base do que motiva o Ban está ligado à relação com Elaine. Dito isso, precisamos de falar sobre Elaine.
Creio ser inevitável falar sobre a escolha narrativa em representar Elaine com o corpo de uma criança. Folclores antigos e o posterior uso das fadas em contos acaba por relacionar a aparência das fadas às crianças, muito por conta de tornar relacionáveis características da infância com a ideia de pureza e inocência. No desenrolar da história, fica explícito que a relação de ambos é bem conduzida, sendo que ambos parecem trazer um sentimento de inocência em comparação com as vidas que viveram e o mundo ao seu redor, não se resumindo apenas a Elaine, mas também ao próprio Ban.
No entanto, devo admitir que, mesmo que haja uma justificativa, algumas cenas ainda me geram desconforto, é necessariamente errado o designer escolhido?! Dependendo de sua execução, seria um imenso problema se houvesse muita diferença nos designers. Ban é desenhado com traços bem infantis, diminuindo essa diferença. Alguns momentos de fanservice acabam por diminuir o impacto dessa escolha, mas são poucos. Fico feliz que foi além da expectativa, inicialmente fiquei com receio, mas a leitura foi bem melhor que o esperado.
Um elemento que gostaria de citar é o descolamento da história principal. Em Seven Days, temos uma história que segue seu próprio ritmo, independente da série principal, sendo possível ler e gostar sem ter lido a principal. Tem alguns paralelos muito interessantes, embora não sejam originais, desde a construção dos humanos como perversos, impactando na visão de Elaine sobre os humanos que se aproximavam dela, até a sua prisão involuntária e solitária, destoando da vida de liberdade e aventuras de Ban. A ideia de vivências diferentes é uma das bases do desenvolvimento da relação entre os personagens e, nesse sentido, a Elaine acaba sendo muito convincente como personagem e, em relação aos sentimentos, o mesmo não pode ser dito sobre o Ban. Sua aproximação em relação a Elaine acaba por mudar muito do que a personagem acredita e diminui seu fardo, mas em contrapartida não sinto que existam motivos convincentes e, para além disso, o próprio desenvolvimento não deixa um espaço para nos mostrar como Ban se sente, diminuindo o impacto das cenas finais.
Por fim, gostaria de dizer que foi uma grata surpresa. Devo dizer que as expectativas eram baixas por conta da minha relação com The Seven Deadly Sins e o incômodo com o visual de Elaine, mas a obra se desenvolveu relativamente bem e caminha por si só. Obviamente, algumas cenas me incomodam e seu foco seria ainda melhor se houvesse uma camada fantasiosa para distanciar totalmente a narrativa de figuras humanas e fanservice, visto os problemas recorrentes em obras japonesas com relação a representação de crianças em diversas obras sexualizadas. A obra entrega uma bela fantasia e romance, mas não espere nada muito original. É uma história simples, mas que diverte e tem uma leitura fluida.
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