MB Reviews: The King of Fighters – A New Beginning

Apesar de sempre ter ouvido falar e até já ter jogado algumas vezes (leia-se apanhado de forma humilhante constantemente), comecei a me interessar pelo universo de The King of Fighters ano passado. O ponto alto da saga pra mim sempre foi como a produção do jogo buscava criar uma atmosfera coerente e criar uma história com diversas conexões e bastante profundidade para um jogo de luta. 

Para quem começa a acompanhar os jogos de luta a partir dos mais atuais, não tem como mensurar o peso disso. Hoje, graças a Netherrealm, produtora de Injustice e Mortal Kombat, a criação da história se tornou um padrão, com cenas cinematográficas entre uma luta e outra. Mas a preocupação com a narrativa nunca foi o forte deste gênero de jogos e nem acredito que este seja um demérito em si, mas sim uma escolha que faz total sentido para a época.

Entretanto, toda a construção narrativa me chamou bastante atenção para a saga The King of Fighters, ou KoF para os íntimos. E, após 3 grandes arcos, iniciou-se a história atual, apelidada de Arco Shun’ei, e a adaptação dessa história que vemos no mangá The King of Fighters – A New Beginning que foi publicado agora pela editora NewPop e que vamos resenhar agora.

Sinopse Oficial

Sejam Bem-vindos, os mais fortes! Kyo Kusanagi, Iori Yagami, K’, Ash e, por fim, Shun’ei! Uma história de lutadores que desejam ardentemente alcançar o topo! Esse é “THE KING OF FIGHTERS”! O famoso jogo de luta “KOF” junta um novo “poder” e se torna um novo mangá! A luta reunindo os famosos personagens está prestes a começar!! 

Trama

Geralmente, neste momento comento sobre o que aconteceu na história para depois entrar em uma análise mais crítica, mas devido a pouca quantidade de acontecimentos, hoje será possível fazer ambas simultaneamente.

A história é uma adaptação do jogo The King of Fighters XIV, que foi lançado em 2016 e conta com 15 dos 16 times presentes, com o time Another World fora da história. Vale uma pequena contextualização aqui. Em KoF, você não escolhe um personagem para lutar, mas sim três, e há uma separação de grupo entre eles.

Então, somos apresentados aos personagens e aqui entra meu primeiro grande problema com esse mangá. Ao todo são 45 personagens que irão lutar e o autor gasta muitas, mas muitas páginas falando um a um, porém, de uma forma que apenas alguns deles podem mostrar sua personalidade, parecendo muito mais a leitura de uma lista do que uma apresentação real. E nem sequer podemos dizer que é para sabermos os nomes dos personagens, pois sempre que eles aparecem depois, há um quadrado identificando-o com seu nome e o time que está fazendo parte.

Após quase 85 páginas de apresentações, começamos a primeira luta que dura até o fim do volume, sem se concluir. Os escolhidos desta luta não poderiam ser outros senão os times dos dois personagens mais clássicos da franquia. Kyo Kusanagi, protagonista da primeira saga KoF, e Iori Yagami, seu eterno rival, tão popular quanto Kyo. A luta em si é bem coreografada e vai gerando uma expectativa conforme acompanhamos. Além disso, nos entrecortes que a luta faz, é possível ver uma história maior sendo criada, o que causa uma vontade de acompanhar a história como um todo.

Apesar disso, não vou negar que particularmente me preocupa um pouco esse ritmo. Mesmo em lutas eliminatórias, seriam necessárias 14 combates para que todos pudessem lutar apropriadamente e, sabendo que o mangá tem apenas 6 volumes, e o primeiro deles nem sequer acabou a primeira luta, me leva a crer em três possibilidades: Ou o mangá irá se acelerar para mostrar as lutas e a história; ou nem todo personagem aparecerá direito na trama como um todo; ou ocorrerá algum combate que mostra diversos personagens lutando de uma vez, o que eu acredito ser o mais provável.

Geralmente, mostrar todos os personagens lutando não é algo que é necessário, mas estamos falando de uma adaptação de um jogo de luta, então é curioso como será feito isso.

Mas, antes de comentar sobre a edição nacional, preciso ressaltar que a arte é um espetáculo à parte. Todos os personagens foram muito bem transpostos para o mangá. Além disso, a composição dos quadros, principalmente nas partes de luta, dá um charme a história cumprindo muito bem o que promete.

Edição Nacional

O mangá veio para o Brasil pela editora NewPop, ao preço de R$29,90, com 240 páginas de papel offset 90g, no tamanho de 13 x 18 cm, próximo ao tamanho dos recém lançados BLs em parceria com a editora Mimosa. Não encontrei nenhum erro de ortografia enquanto estava lendo, porém, em uma página em específico, o corte da folha tirou o acento de uma palavra.

No geral, foi um trabalho editorial excelente da editora, mas, como fã, acredito que algumas coisas poderiam ser colocadas a mais, como a tradução dos golpes em notas de rodapé ou até mesmo algo simples como mostrar que o personagem K’ tem a leitura como K Dash. Coisas simples, mas que funcionam bem para agradar o fã do jogo. Ressaltando que o que falei neste parágrafo não é um erro da editora, mas uma escolha editorial que eu particularmente faria diferente.

Conclusão

The King of Fighters – A New Beginning é uma ótima pedida para os fãs da franquia KoF, com diversos fanservices para deixar até o mais saudoso fã da Saga Orochi feliz, mas, como história, parece carecer de ritmo, sendo lento demais para uma trama com tantos personagens que durará tão pouco. Se sua vontade é pela nostalgia ou simplesmente vendo pessoas dando 5 minutinhos de porrada sem perder a amizade, essa história é para você. Mas não a aconselho se busca algo que se preocupa com questões narrativas, pois pelo que este primeiro volume indica, ou a obra será bem apressada ou não aproveitará tudo o que tem a seu dispor, o que é uma pena visto o vasto mundo que o jogo possui.

Agradecimentos à loja Anime Hunter pelo volume cedido para o review. Caso queiram adquirir a obra no Shopee

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