MB HQ’s: Heartstopper vol. 2

Heartstopper 2 volta com a história de Charlie e Nick, de uma forma mais aprofundada com o romance dos dois finalmente florescendo e se estabilizando.

Após o primeiro beijo, Nick fica totalmente confuso, e ao seguir inteiramente seu coração vai ao encontro de Charlie, onde desta vez é ele quem o beija, e conta que apesar de não entender muito bem o que está acontecendo, sente o mesmo que Charlie e acredita que eles podem tentar algo a mais.

Se eu fosse resumir esse segundo livro de Heartstopper em uma palavra seria paciência. Acho muito bonito como Charlie respeita o tempo de Nick e também como ele respeita sua confusão sobre a orientação sexual do parceiro.

Apesar de Charlie ser assumidamente gay, em nenhum momento ele apressa Nick a se assumir, ou dizer que Nick é gay por gostar dele. Ele até sugere que Nick pesquise sobre outras orientações sexuais, o que é pouco visto em obras desse tipo, já que é tudo muito fechado nessa ideia que você só é homo ou hetero. 

Nick, respeitando seu próprio tempo, se dedica a Charlie ao mesmo tempo que se dedica a si, para não ferir a pessoa que ama. Nick, não apenas movido por seu interesse romântico, aprende cada dia mais sobre o mundo LGBTQIA+. 

Eu entendo que muita gente pode pensar que talvez “ele não tenha feito mais do que sua obrigação”, mas temos que lembrar que há aprendizados em cada situações em que vivemos e isso não termina nunca, se abrir e demonstrar ternura ao aprender é o que torna diferente.

Ainda nesse volume, as interações dos protagonistas com personagens secundários também são importantes. Como a de Nick com o casal Tara e Darcy, com os amigos de Charlie e principalmente seus próprios amigos e sua mãe. Estou falando muito do Nick, né? Mas também gosto muito de ver Charlie e sua família, que são extremamente acolhedores e talvez o sonho de todo jovem LGBTQIA+. 

É esse tipo de obra que sinto muita falta de ver no Brasil. Não algo simplesmente baseado em sexo e situações bizarras, mas sobre o amor acima de tudo e de como a comunidade realmente funciona e principalmente sem hipersexualizar relacionamentos, apenas apresentá-los e nos fazer curtir, rir e chorar com eles.

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