MB HQ’s: Hilda
Hilda é de autoria de Luke Pearson, que também foi roteirista da animação da Netflix. Pearson já foi nomeado ao Prêmio Eisner e foi roteirista de alguns episódios de Hora de Aventura.
Hilda é inspirado no folclore escandinavo, e podemos ver isso em vários elementos dentro da história e principalmente na crença central de criaturas mitológicas. Acredito que esse seja o diferencial da HQ, que nos promove uma sensação de acolhimento e novamente aquele simbolismo de não perdermos certos aspectos após o início da vida adulta.
Na primeira história, Hilda e o Troll, conhecemos Hilda, uma garota que além de sua inteligência e curiosidade imensa, possui uma grande persistência, que a permite ir a locais diferentes e presenciar coisas extremamente valiosas, como se envolver em uma enrascada com um troll pelo simples fato de querer desenhar as coisas ao redor e, logo após, acabar no meio de uma amizade com um homem feito de madeira.
Apesar da HQ ser curtinha, a história é mega interessante e envolvente, e eu gosto de como toda a mitologia dos trolls não é apenas jogada a quem lê, mas também é explicada.
A continuação, Hilda e o Gigante, nos transporta ainda mais fundo sobre isso. Hilda, ao avistar um gigante perto de sua casa, fica apreensiva, mas não consegue mostrar à sua mãe o que vê. Logo após, por meio de minúsculas cartas, mãe e filha começam a receber ameaças para que saiam imediatamente da casa. Nisso, ela conhece os elfos e, ao assinar um contrato, entende o porquê das cartas.
Acontece que sua casa está no meio de uma região povoada pelos pequenos, o que traz incômodo aos residentes. Hilda tenta um meio de manter a paz entre sua família e a população, e com muito esforço ela consegue, mas acaba num impasse que a leva a desistir de seus planos.
Aqui conhecemos ainda mais sobre a mitologia dos trolls e os gigantes, que tratados como lendas nos levam a um conhecimento de eras e de como tudo ocorreu antes da vinda dos humanos.
A história de Hilda serve para todos os públicos, e penso como seria interessante para quem tem filhos ler isso juntos. Nos faz lembrar de sentir a simplicidade, que é algo que deixamos passar em meio a tantos problemas. Mesmo após a maturidade, não devemos deixar as coisas importantes e, principalmente, a esperança para trás. Acho que essa é a lição mais valiosa desta obra, que vale a pena cada página.