MangásPanini

MB Review: Jagaaan vol. 1

Um policial está extremamente entediado com sua rotina. Atrás de um sorriso, Shintaro Jagasaki esconde da sociedade o desejo sombrio em que se imagina pegando a arma de trabalho para dar fim às pessoas ao seu redor. Mas certo dia as coisas mudam, ao surgir em sua frente uma criatura grotesca e ver sua mão direita transformar-se em uma arma que lhe dá o poder de atirar.

Já imaginou se os desejos reprimidos pudessem nos transformar em uma criaturas horrenda sem qualquer tipo de juízo? É sinistro, mas é possível se deparar com essa situação imaginária em Jagaaan.

Com 14 volumes publicados entre 2017 e 2021 na revista seinen da Shogakukan, a obra escrita por Muneyuki Kaneshiro e ilustrada por Kensuke Nishida, já em seu primeiro volume aparece como uma narrativa repleta de insalubridade. Seja pela presença de muito gore, ou de seu cenário de fatalidade contínua conduzido por seu engatilhado protagonista.

Jagaaan aborda a vida de Jagasaki, um policial que está sempre com vontade de atirar nas pessoas. Um indivíduo que possui desejos eticamente problemáticos ao mesmo tempo que exibe sorrisos forçados para as pessoas com quem interage em sua rotina entediante. Sejam elas, colegas de trabalho, ou a namorada com quem divide moradia. 

A obra quer discutir a ideia de corrupção humana. Algo demonstrado ja na primeira página, e que se mantém no decorrer do volume, trazendo um clima tenso de decaimento. Quando Jagasaki encontra os sucumbidos, o tema é ainda mais explorado, pois as pragas alienígenas aproveitam-se do acúmulo de desejos que as pessoas carregam, para transformá-las em monstros sem qualquer senso de justiça e corrompendo-as. 

A arte do mangá passa bem o clima insalubre da obra. Mas confesso ter me incomodado um pouco com o traço. Talvez isso aconteça por conta da desarmonia que o roteiro trouxe em alguns de seus desfechos. Essa sensação transmitida pela arte e os temas explorados deságuam em um amor de clichês, anulando o suspense e o horror. 

Contudo, fora esse pequeno detalhe, a história é instigante o bastante para nos fazer continuar. No geral, Jagaaan é uma obra que vale muito a pena conhecer. A quem deseje sucumbir à vida, os volumes estão disponíveis na editora Panini e tem classificação etária de 16 anos.  

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *