MB Review: O homem que matou Lucky Luke

Alguém atirou em Lucky Luke pelas costas. Por que e quem teria cometido tal ato? Confira nossa análise da reinvenção do clássico personagem por Matthieu Bonhomme, lançamento da Editora Trem Fantasma.

Reinventar um clássico é uma tarefa bem difícil, ainda mais um que é desenhado no mesmo estilo desde 1946, como é o caso de Lucky Luke. Mas ajuda já não ser novidade no mercado.

Esta linha de homenagens de personagens clássicos por autores em seus próprios estilos vem sendo seguida por Asterix, Spirou, Popeye, Hanna-Barbera e, há mais de uma década, também pela MSP.

O cowboy criado por Morris, inimigo velado dos irmãos Dalton, é um extremo sucesso em sua terra natal, mas seus quadrinhos por aqui nunca ostentaram muita fama. As duas coleções mais longevas são a da Martins Fontes, que publicou 20 de seus 75 álbuns entre 1983 e 1986, e a da Zarabatana Books, que desde 2014 vem se esforçando para dar continuidade em uma nova, publicando 9 histórias em 3 encadernados.

Portanto, pode ser uma surpresa O Homem que Matou Lucky Luke, de Matthieu Bonhomme, ter chegado até aqui. Mas é algo que cai por terra ao saber das qualificações da HQ: vencedor do Prêmio Saint-Michel de Melhor Álbum (2016) e Prêmio do Público no Festival de Angoulême (2017). O que faz o lançamento ser até tardio e um grande acerto da editora Trem Fantasma.

Bonhomme capta rapidamente o espírito do personagem e o traz para uma óptica mais realista, com muito menos humor ou infantilidade que o original. A história começa de fato já no título e a primeira página nos faz questionar se será este mesmo o fim de Lucky. E ao longo das páginas ainda há um interessante jogo de cores, tendo como base às usadas no uniforme do protagonista.

Destaque para a forma como o autor lidou como a impossibilidade de desenhar o personagem fumando, algo bastante comum no oeste americano, mas abolido de suas histórias a partir de 1988.

HQ para ser lida em um fôlego só, com suspense e mistério muito bem amarrados, e um final belíssimo. Aguardo ansiosamente o segundo álbum do cowboy pelo autor, já na programação da editora.

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