MB Review: Hotel Harbour-View – Tokyo Killers

Tokyo Killers é muito interessante e a arte de Jiro Taniguchi é um show à parte. Porém, é necessário gostar de histórias mais adultas e dramáticas, não sendo ideal para públicos mais casuais ou familiarizados apenas com os mangás mais “populares” do momento. Se você gosta de histórias policiais, pegue seu whisky com gelo, seu cigarro e aproveite a obra.

Que Jiro Taniguchi é um autor com uma versatilidade imensa, nós já sabemos. Desta vez, o consagrado autor se arrisca em um mangá policial, no melhor estilo hardboiled, que é um termo usado para histórias policiais com personagens “durões”. 

Hotel Harbour-View: Tokyo Killers, é resultado de uma parceria entre Natsuo Sekikawa e Jiro Taniguchi. O mangá é completo em apenas um volume e foi publicado no Brasil pela editora Pipoca e Nanquim. A obra é composta de histórias fechadas, sempre abordando temas como crimes, assassinatos e, de certa forma, depressão. 

O primeiro conto segue uma estrutura diferente, com um bloco de texto na parte inferior das páginas e as ilustrações (belíssimas e coloridas) na parte superior. Confesso que tive um pouco de dificuldade para compreender os acontecimentos por causa desse formato. Já as histórias seguintes são melhores, especialmente “Encontro Marcado em Hotel Harbour-View” e “Amor Fugaz”. Na primeira, acompanhamos um japonês que vive em Hong Kong e sabe que sua morte se aproxima. O mais legal dessa história é o final e é importante se atentar aos detalhes: os cenários, os movimentos, os diálogos. Tudo dá indícios do que está para acontecer. É excelente. Já a segunda, se passa na França e acompanhamos uma mulher que planeja assassinar um homem com quem se relacionou anos atrás. Mais uma vez, é importante observar os cenários, pois as cenas mais importantes se desenrolam perto de estações de trem e metrô. O porquê? Bom, um trem é algo passageiro, fugaz, que passa rápido como a vida e o amor em questão. São esses pequenos detalhes que dão charme à obra. 

Além dessas histórias, temos uma outra em que um japonês que teve a filha assassinada vem à América do Sul fazer justiça com as próprias mãos e a “Assassinato à Moda de Tóquio”, que é baseada em um roteiro escrito por um francês que morou no Japão. Sendo sincero, o mais legal desse último conto é o jogo de luz e sombra que Taniguchi faz. 

Tokyo Killers é um mangá em que umas histórias são naturalmente melhores que outras, mas é uma leitura muito boa, porém é necessário tentar interpretar aquilo que está além dos desenhos.

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