MB Review: Jovens sagrados #01

Buda e Jesus tiram férias do plano espiritual e dividem um Ap. enquanto vivem como jovens modernos. Acompanhem nossa análise de Jovens Sagrados.

   Ser divino e ter de cuidar de parcela considerável da humanidade não deve ser trabalho fácil. Mas será que perder seus poderes e ter de viver como um ser humano comum é?

   Essa é a proposta de Jovens Sagrados, obra de Hikaru Nakamura que acaba de chegar ao Brasil pela editora NewPOP. A autora já é conhecida por aqui por Arakawa Under the Bridge, e o sucesso de sua obra anterior tem chances de se repetir caso a editora faça um bom trabalho de divulgação.

     Depois de terminar o século passado sem nenhum descanso, Buda e Jesus resolvem tirar férias no mundo terreno enquanto dividem um apartamento. Aproveitam seus dias de folga no Japão para realizar atividades comuns, como andar de transporte público, comprar comida instantânea e frequentar festivais e saunas.

   O que não sabiam é que pagar aluguel e ter de tomar trem lotado não são tarefas fáceis. Ao mesmo tempo em que os consagrados aprendem a viver como pessoas comuns, têm de lidar com os problemas cotidianos enfrentados por qualquer um de nós.

   A obra nos proporciona momentos hilariantes como Jesus querendo se vestir com trajes típicos japoneses, ou Buda se emocionando enquanto lê Osamu Tezuka contando sua história. O humor non-sense e os trocadilhos nos tiram boas gargalhadas.

   Nakamura faz uso dos elementos históricos e dos princípios das duas mitologias para criar sátiras na obra. Ela usa a mesma base para as características individuais dos personagens, que a todo momento devem se sacrificar ou se iluminar para manter a paciência no mundo terreno. O autor faz piadas sem necessariamente cair na profanação, algo que ajuda a não desrespeitar leitores de ambas as matrizes religiosas.

   Outro ponto positivo é o desenvolvimento da personalidade de cada um dos personagens, dessacralizando suas figuras e permitindo a humanização deles, criando uma leitura leve e fluida.

   As histórias em seu primeiro volume são curtas e podem ser lidas fora de ordem, sem comprometer seu entendimento. Talvez seu único ponto negativo sejam as poucas 130 páginas. Nada que diminua o gosto pela leitura.

   A obra ainda está em publicação no Japão, contando atualmente com vinte volumes.

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