MB Animações: Scott Pilgrim – Takes Off

A Netflix sempre foi conhecida por sua liberdade criativa, a qual muitas vezes é genial e outras nem tanto assim. Mas em animações eles geralmente costumam acertar. Como exemplo, temos Castlevania, Devilman, Cyberpunk Mercenários, Arcane e agora, Scott Pilgrim.

A história começa como na HQ, mostrando a vida de Scott, ele conhecendo  Ramona, saindo e dormindo com ela e as mudanças com o aparecimento do vilão principal, Gideon Graves, logo nas primeiras cenas.

Mas o plot-twist já acontece no final no primeiro episódio, logo na luta entre Scott e Patel, onde o inesperado acontece e o foco da história vira de “cabeça para baixo”.

O primeiro ponto a ser destacado é a dinâmica caótica da HQ, e do filme , foi elevada a níveis jamais vistos na animação. Tudo que acontece é uma enxurrada de referências e brincadeiras com a própria obra que deixará qualquer fã entusiasmado 

Bryan Lee O’Malley brinca com sua obra e a atualiza de forma genial, tirando elementos polêmicos como a relação tóxica de Ramona e Gideon e substituindo por uma trama mais leve, atual e divertida.

A brincadeira se estende de forma criativa, usando as teorias dos fãs como a inspiração em FLCL (minissérie japonesa da Gaimax feita nos anos 90) e brincadeiras com a demografia japonesa e recursos de comics como viagem no tempo e multiverso. Tudo é um furacão de easter eggs que alegra o fã da obra.

Como é uma “realidade alternativa canônica”, o destino de cada personagem muda, e com isso muitos personagens secundários roubam a cena como a explosiva Julie e Wallace Wells. Os melhores personagens da série.

Vale ressaltar que a animação e a trilha sonora estão muito boas, ainda inferior ao filme, mas extremamente competentes. A dublagem tanto original quanto a brasileira é outro show de competência, parecendo que os atores estavam realmente curtindo essa nova versão.

Scott Pilgrim Takes Off não é uma releitura da HQ. Ela está mais para um complemento entre a HQ e o filme de 2010 feito exclusivamente para os fãs. Quem não conhece a obra não vai compreender tudo que rola na animação e não entenderá o que de fato ocorre. Para os fãs do preguiçoso baixista e a garota que troca a tinta de cabelo todo o dia é o mais puro suco de fanservice, pois o caos e a bagunça de gêneros e referências, os elementos que fizeram a HQ e o filme serem cultuados, estão presentes mais forte do que nunca. Se não conhece Scott Pilgrim, compre a HQ, assista o filme e a série.

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