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MB Review: The Dangerous Convenience Store #1

Curiosidades sobre The Dangerous Convenience Store

The Dangerous Convenience Store é um manhwa boys love lançado no Brasil pela Editora NewPop e será completo em 6 volumes. Escrita e ilustrada por “945” ou “Gusao”, a obra recebeu muita evidência tanto na Coreia do Sul, seu país de origem; como ao redor do mundo, atingindo posições de destaque nos rankings de leituras em sites oficiais durante sua publicação, além de premiações nos eventos anuais da plataforma Ridibooks, conquistando os títulos de “Melhor Webtoon” (2021), “Webtoon Grand Prize” (2022) e “E-book Grand Prize” (2023) entre as múltiplas obras BL participantes.

Além das premiações, o título é licenciado em diversos idiomas, em diferentes formatos, tanto em edições regulares como especiais, contando com capas exclusivas na França, itens oficiais em Taiwan, eventos em cafés colaborativos na Coreia do Sul e algumas publicações sem censura, incluindo a nossa versão brasileira – que é totalmente sem cortes. Mas o que fez o título se tornar tamanho triunfo mesmo com uma autoria que, até então, não possui nenhum outro título vinculado ao seu pseudônimo?

Embora seja difícil encontrar uma resposta objetiva para o sucesso da mídia, esperamos que a resenha deste volume 1 seja capaz de reforçar alguns aspectos da obra que podem ser muito atrativos, divertidos ou admiráveis para os leitores que pensam em se aventurar no mundo do BL!

Review do volume 1!

The Dangerous Convenience Store apresenta Yeo Euijoon, um universitário que trabalha meio-período em uma loja de conveniência em um bairro famoso por ser frequentado por gangsters, então já é rotineiro que ele tome cuidado no atendimento.

O carismático protagonista já está ciente de que é gay, mas seu coração anda afeiçoado por alguém que não o valoriza. Enquanto lida com sua rotina caótica e lotada, conhece um ahjussi que lhe causa muitas sensações contrastantes: primeiro, finalmente acreditou encontrar um homem virtuoso e imponente, mas logo entendeu que se tratava de alguém com os mesmos envolvimentos perigosos que os demais frequentadores da loja.

Apesar do medo de Euijoon, o “Ahjussi” não é apenas intimidador e lindo, mas um ótimo e atencioso ouvinte, que logo traz um conforto inesperado para Euijoon.

Inicialmente, quando o contexto é apresentado, pode causar inquietude no leitor, por abordar um possível envolvimento romântico com um gangster, mas o cenário é uma criação secundária na obra, ele poderia ter sido até mesmo reformulado sem perder as intenções mais importantes em The Dangerous Convenience Store, onde a proposta do enredo é bem mais estruturada no romance, na comédia e no desenvolvimento emocional de Euijoon, assim como as resoluções de vida do Ahjussi. O tema envolvendo o gangster insere uma tentação muito intencional, algo instigante e com a sensação de fascínio proibido.

A obra logo nos apresenta diversos cenários com tons de questionamentos emocionais, sensualidade e divertimento, mas não chega a ser extrema na abordagem, o que torna a leitura suave e dinâmica. Os capítulos podem ser lidos com muita facilidade, e apesar de utilizar um tropo muito comum no BL, o de protagonistas em situações sociais e econômicas antagônicas; também quebra alguns clichês que são muito comuns na dinâmica. Por exemplo, em TDCS não há o uso de status econômico na tentativa de uma aproximação. O antagonismo, nesse sentido, não desenvolve uma relação baseada em poder, e sim em uma curiosidade ou desejo mútuo. Existe um cuidado para centralizar o emocional, mesmo quando há dúvida ou potenciais impedimentos.

Já no primeiro volume, é possível perceber alguns contrastes agradáveis nas personalidades dos protagonistas, Euijoon não é necessariamente um personagem completamente submisso e que aceita tudo que lhe é fornecido, e muitas vezes suas falas sem filtros são engraçadas e atribuem ousadia ao universitário que inicialmente parece frágil. O Ahjussi, em contraponto, foi construído com uma incrível sensualidade que é balanceada entre seu porte físico forte e a postura resistente, mas uma personalidade atenciosa – pelo menos com Euijoon. Apesar do gansgter ser mais retraído sobre o que pensa ou como se sente, tendo falas que parecem rudes, muitas das suas intenções são transferidas nas ações afetuosas e bem calculadas. Além disso, é adorável como Ahjussi é um homem grande que fica corado nos momentos certos.

*A censura não acompanha o manhwa! Se quer ver esta cena sem cortes, pode verificar na edição brasileira de The Dangerous Convenience Store da Editora NewPop! 

Apesar de esta ser uma obra que muitos leitores de BL já conhecem: para quem ainda não conhece, ainda há muito a ser desbravado por Euijoon e Ahjussi nos volumes futuros! Existe todo um contexto de muita sensualidade, eventuais dramas, mas igualmente uma relação doce e amorosa, com momentos de leveza e comédia, e uma ambientação que não necessariamente está ali para ser fidedigna com a realidade ou amplamente aprofundada.

Sobre todo o seu sucesso, a resposta fica a cargo de cada leitor, embora seja inegável que a obra apresenta um dinamismo com vários componentes que podem ser atrativos, provocativos, afetivos e divertidos. Afinal, um hobby é espaço seguro para a diversão, e de “perigosa” a obra só tem o título, pois a leitura em si é confortável e estupidamente adorável.

Conteúdo bônus: comparativo entre edições físicas!

A edição brasileira de TDCS foi a primeira versão do ocidente a ser publicada totalmente sem censura, considerando que inicialmente a editora francesa Kbooks havia publicado o manhwa censurado, algo que foi reeditado após diversas reclamações dos leitores.

A versão da Editora NewPop se assemelha a versão original coreana, a estrutura do volume ficou muito similar, assim como a espessura, já os detalhes brilhosos do título e volume ficaram mais aparentes na versão brasileira, deixando seus efeitos mais bonitos e destacados, enquanto o papel de capa também é mais rígido e com provável melhor durabilidade na publicada pela Editora NewPop. Entretanto, há diferença perceptível na paleta de cores entre a publicação brasileira e original, com um contraste forte e tom amarelado na versão brasileira, mas que podem ter sido corrigidos em reimpressões, já que nossa análise é de um volume da primeira tiragem.

O papel utilizado na publicação em português é de boa qualidade, no entanto há uma transparência evidente entre as páginas, algo que não ocorre nas versões da França e Coreia do Sul, mas que na maior parte do volume não chega a atrapalhar a leitura. Existem aspectos fortes e fracos em todas as três edições que tivemos acesso, mas a brasileira ficou próxima da original, mantendo uma boa qualidade, todavia com possibilidade de melhorias. Ainda assim, entre as três versões do volume 1 apresentadas, a única sem censura é da Editora NewPop, que negociou para que a obra viesse sem cortes no Brasil, embora atualmente a edição francesa também tenha seguido os mesmos passos.

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