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MB Review: Fênix #01

Obra prima de Osamu Tezuka, Fênix trata de temas como a imortalidade, guerras, política, história e futurismo. Um dos mangás mais importantes já publicados no Brasil e que justifica a alcunha do autor como o “Deus dos Mangás”.

Escrito e desenhado por Osamu Tezuka, Fênix (Hi no Tori, no original), foi publicado entre 1954 e 1988 e rendeu 16 volumes. Durante a publicação, a obra passou por várias revistas e editoras. Posteriormente, uma edição com 12 volumes foi publicada e, no Brasil, a JBC irá concluir a série com 6 edições. Apesar de ser uma série completa, o mangá não tem um final definitivo, já que Tezuka faleceu antes de encerrar a publicação.

A história trata da relação da humanidade com a Fênix, ave imortal que possui poderes místicos. Neste volume temos o “Arco da Aurora”, que se passa no início do estabelecimento do Japão como reino, onde as pessoas desejam obter a Fênix para conseguirem benefícios como vida eterna e poder para dominar países. Algumas supostas figuras históricas aparecem, é muito interessante. Já o “Arco do Futuro” fala sobre uma distopia futurista onde a Terra está morrendo e os humanos precisam viver no subsolo, sendo controlados por inteligência artificial (lembrando que é uma história com mais de 50 anos). Obviamente, a Fênix também tem envolvimento no contexto. 

Por mais que a descrição tenha sido breve, o mangá é riquíssimo em conteúdo. É perceptível que o autor colocou várias camadas nas páginas. Temas pesados como extermínio, conflitos armados, política e militarismo são abordados de maneira inteligente, deixando o leitor com alguns questionamentos filosóficos sobre a vida, ouso dizer. É o meu primeiro contato com o mangá, mas pelo que pesquisei, outras eras da humanidade serão abordadas nos próximos volumes.

O traço é bastante estilizado e existem algumas piadinhas pontuais, bem como quebra da quarta parede, já que estamos falando do Tezuka dos anos 1950. Isso não é nenhum defeito, são desenhos charmosos, mas podem causar uma impressão errada de que é uma história infantil, sendo que está muito longe disso. 

Fênix é tão importante que existe um monumento em homenagem à obra no Museu Internacional do Mangá de Kyoto. A edição é grande, caprichada e consequentemente, mais cara, mas se eu pudesse dar uma aviso aos fãs de mangás seria: leiam Fênix, não irão se arrepender. Osamu Tezuka é genial e atemporal!

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